Andino Duarte, de 44 anos, chegou a Itaboraí em agosto de 2013, no auge das obras do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj). Animado com a possibilidade de conseguir um emprego, o encarregado de montagem havia deixado a mulher e os três filhos na pequena Campo do Brito, em Sergipe, com a promessa de voltar com um bom dinheiro após quatro anos. Na época, quase 30 mil trabalhadores circulavam diariamente pela cidade. Hoje, são 10.600, segundo a Petrobras. Diante do agravamento da crise da empresa, Duarte foi demitido em setembro de 2014 e passou a dormir nas ruas. Hoje, com autoestima baixa, ele, que é analfabeto, diz que a maleta de ferramentas virou seu único “comprovante de utilidade’’, já que sua carteira de trabalho ficou retida numa empreiteira e não tem condições de fazer um currículo. Duarte não consegue outro trabalho nem recursos para retornar a Sergipe.
Andino Duarte descansa com a mala de ferramentas em uma praça de Itaboraí.
— Perdi o auxílio-moradia e passei a dormir nas ruas de Itaboraí. Procuro emprego todos os dias com minha maleta, mas só vejo gente sendo demitida. Se eu voltar para Campo do Brito, meus filhos, que ajudaram a pagar minha passagem para o Rio, vão me achar um fracassado. Não posso decepcioná-los — disse ele antes de se deitar num banco de praça para descansar, após caminhar dez quilômetros em busca de emprego.OGLOBO
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