quinta-feira, 5 de novembro de 2015

CPI que apura mortes e incapacitações de profissionais de segurança pública



Um dos principais problemas que comprometem a segurança dos policiais militares é a falta de informatização da corporação, como afirma o diretor-geral de pessoal da Polícia Militar, coronel Roberto Gil da Conceição. Segundo ele, estudos da Secretaria de Estado de Segurança (SESEG) apontam que as áreas de maior letalidade de policiais são também onde eles efetuam mais disparos.

As informações foram divulgadas em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que apura mortes e incapacitações de profissionais de segurança pública, nesta quarta-feira (04/11).

O presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (Psol), considera que o principal problema a ser enfrentado é a disponibilidade de armamento e de equipamentos de proteção. O parlamentar cobrou mais investimento da Secretaria de Estado de Segurança.

“Quando o policial termina a formação e assume o compromisso, deve receber a arma e o colete. Periodicamente, ele é obrigado a apresentar o armamento”, disse Paulo Ramos, que destacou a correlação entre as mortes de policiais e as provocadas pelos policiais: “Fica a reflexão se esse modelo de segurança pública, baseado no confronto, não está produzindo uma tragédia na família do policial e das vítimas, especialmente nas comunidade carentes”.

O vice-presidente da CPI, deputado Wagner Montes (PSD), questionou o coronel sobre o papel do Estado no acolhimento das famílias dos policiais mortos: “Hoje, a família do policial é atendida por outros familiares, que explicam como podem ter acesso às pensões”. De acordo com o coronel Roberto Gil, os familiares de policiais mortos ou feridos já dispõem de um núcleo de atendimento psicológico.

O coronel explicou que a PM enfrenta problemas de qualificação dos praças recém-ingressos na corporação. Segundo ele, estudos da Secretaria de Estado de Segurança de 2013 e 2014 analisaram os locais de morte dos policiais e concluíram que o maior número de homicídios ocorre nas regiões em que os policiais mais disparam. “O policial só pode efetuar um disparo em legítima defesa. Quando o policial efetua menos disparos, menor é a chance de ser atacado”, disse.

Concurso
O contingente de servidores na PM foi fixado em um efetivo de 60.471 policiais, conforme previsto na Lei 6681/14. A Polícia Militar está tentando atingir esse efetivo por meio de concursos públicos, porém o coronel criticou a entrada elevada de novos servidores nos últimos anos.

“Quando selecionamos 28 mil concursados de 100 mil pessoas, é uma amostra muito grande. Se a gente quiser prezar qualidade, temos que ter um concurso rigoroso e não revalidá-lo de forma sistemática.”

O coronel reivindicou um sistema informatizado para controle de material e a compra de novos equipamentos para a corporação. “Dado o tamanho da instituição, com mais de 50 mil pessoas, não conseguimos lidar com pessoas e materiais com planilhas e papéis. Despendemos muita energia com processos administrativos quando isso poderia ser feito com um aparato tecnológico adequado”, afirmou.

A falta de coletes individuais para cada policial é uma das dificuldades: “Os coletes são divididos porque ainda não conseguimos que cada um tenha seu próprio equipamento. Esses coletes ficam na reserva de armamento para que todos tenham acesso”.

Também estiveram presentes à reunião os deputados Iranildo Campos (PSD), Marcos Muller (PHS), Martha Rocha (PSD), Zito (PP) e o relator da CPI, Zaqueu Teixeira (PT).

2 comentários:

Anônimo disse...

O policial que atira menos é o que se omite ou está arregado.
Falácia de oficial que nada sabe de rua e se esconde em carros descaracterizados com motorista e ar condicionado pagos pelo Estado.O praça,digo, sim o praça morre mais porque de folga está desprovido de armamento decente,pois a PM não permite o acautelamento de armamento com poder de fogo igual aos dos meliantes e também dificulta ao máximo a compra de armamento privativo das forças armadas pelo praça, verdadeiro combatente desta policia. Não vemos oficiais morrendo porque nem carteira eles portam e se acham gestores de uma policia mal administrada e arcaica, onde cada comandante acha que inventou a roda. Quando o Estado entender que Major,Tenente Coronel e Coronel não servem para nada ,talvez tenhamos um pouco mais de eficiência na gestão de segurança publica.

Anônimo disse...

Não vejo nenhum praça ou representante dos praças nessa comissão,somente oficiais de gabinete, que nada sabem sequer conduzir uma ocorrência com flagrante.