domingo, 31 de agosto de 2008

Cumprindo seu dever e detidos por insubordinação.

Aconteceu em Fortaleza-Ceará
Soldados do Ronda foram detidos por oficiais quando atendiam à ocorrência de perturbação do sossego alheio.

Angústia e revolta: Guiomar Alves da Silva, mãe do soldado Randal, passou a manhã de ontem na frente do quartel do 5º Batalhão da Polícia Militar, no Centro.

Dois policiais militares do Ronda do Quarteirão estão detidos, desde a madrugada de ontem, no quartel do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no Centro da Capital. Eles foram recolhidos à unidade sob a alegação de insubordinação a oficiais superiores.Os soldados Róbson Randal Damasceno e Cristiano Silva de Castro Sabóia, ambos de 28 anos, acabaram punidos por disciplina, após atenderem a uma ocorrência num bar localizado no cruzamento das ruas Minas Gerais e Plutão, no bairro Jóquei Clube.Eles foram ao local a pedido de moradores da área, que reclamavam do som alto no bar. Diante da promessa do proprietário de baixar o som, os policiais se retiraram. Contudo, retornaram logo depois, sob novo chamado, já que o som permanecia alto no local.

Os PMs observaram que o estabelecimento estava ainda com alvará de funcionamento vencido e determinaram o fechamento imediato. Nesse momento, teriam surgido dois majores da PM, identificados como ´Júlio César´ e ´Passos´, que bebiam no bar.´Visivelmente alterados pelo consumo de bebida, eles xingaram os soldados por quererem fechar o bar e depois ainda conseguiram que Randal e Castro fossem detidos por insubordinação´, conta a mãe do soldado Randal, Guiomar Alves da Silva, revoltada com a situação.´Ele me contou essa história e eu não acreditei. Meu filho e o colega de farda estavam tentando cumprir o seu dever, a pedido da população, e acabaram presos por ordem de oficiais superiores que estavam no bar, de folga, bebendo, à paisana. Isso é abuso de autoridade´, denuncia. Na versão de Guiomar, os oficiais teriam ´desdenhado´ dos soldados e do Ronda do Quarteirão, qualificando o programa de ´invenção tola´. Segundo ela, os soldados deverão ser punidos com 50 dias de detenção no 5º BPM.


O Diário do Nordeste tentou ouvir o Comando Geral da PM e a Assessoria de Imprensa da Corporação, mas os celulares do tenente-coronel Marcus Costa e da assessora de Imprensa, Kérsia Porto, permaneceram desligados até o início da tarde de ontem. O coronel Willian Rocha, comandante-geral, foi procurado na sede do QCG, mas não estava. O comandante do CPC, coronel Sérgio Costa, não sabia do fato.

FERNANDO BRITO

Especial para Polícia