sábado, 24 de novembro de 2012

Eu quero Cabral na CPI do Cachoeira

 
Tudo indica que aos brasileiros honestos só restarão as lamúrias. Quando a incompetência se une ao banditismo, as coisas não ficam como estão: pioram.

O relatório final da CPI do Cachoeira deve ser lido nesta quarta-feira (28). Entregue na última quarta-feira (21) pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), o texto não é consenso entre os integrantes da CPI e parte dos parlamentares promete a apresentação de voto em separado.

O relatório não deverá ser votado, já que parlamentares anunciaram a intenção de pedir vista do texto, que pede o indiciamento de 34 pessoas, incluindo Carlos Augusto Ramos, o Carlonhos Cachoeira, e a responsabilização de 12 pessoas que têm foro privilegiado. Os trabalhos da CPI têm encerramento previsto para 22 de dezembro.

A leitura do texto, que estava marcada para a última quarta-feira, já foi adiada por duas vezes. Na primeira, integrantes da CPI alegaram que o prazo entre a entrega e a leitura deveria ser de pelo menos 24 horas. O segundo adiamento ocorreu a pedido de Odair Cunha, que ainda pode alterar o texto em busca de consenso para a aprovação.

Entre os principais pontos de discórdia está o fato de ele propor a responsabilização criminal do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e poupar o governador do Distrito federal, Agnelo Queiroz (PT). Também há divergências sobre o pedido de indiciamento de jornalistas, entre eles Policarpo Junior, da revista Veja, e críticas sobre o pedido de investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a ser encaminhado ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Mesmo com a decisão do relator de adiar a leitura, na última quinta-feira (22), parlamentares contrários ao encerramento dos trabalhos da CPI em dezembro protocolaram representação para que o Ministério Público prossiga com as investigações. Entre outras providências, o documento sugere a investigação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), amigo de Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta Construções. De acordo com a Polícia Federal, a Delta repassou quase R$ 100 milhões a empresas de fachada ligadas ao esquema de Cachoeira.

A leitura do relatório está marcada para as 10h15, na sala 2 da ala Nilo Coelho. O relator deve ler apenas um resumo, já que o texto tem mais de 5 mil páginas. O relatório, dividido em dois arquivos, está disponível na página da CPI na internet.

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