segunda-feira, 25 de maio de 2015

O jornal Extra matou o jornalismo a facadas



O jornal Extra matou o jornalismo a facadas com a capa que transformou o assassino do médico Jaime Gold em vítima de duas tragédias anteriores, como se as supostas faltas de família e escola fossem as verdadeiras responsáveis pelo crime e equivalessem a um assassinato.
Detalhes:

- O bandido morava num apartamento do Minha Casa Minha Vida, supostamente responsável por melhorias sociais.
- A família que o Extra diz tê-lo abandonado era a dona do apartamento e recebia Bolsa-Família.
- Ele frequentava um Ciep, onde tinha atividades e estudava de graça.
- Lutava judô gratuitamente também.

Tudo com o dinheiro dos nossos impostos.

Mesmo assim, apresento ao jornal Extra os casos de:

- Suzane Von Richthofen, que estudou no Colégio Humboldt, cursou Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e tinha pais comprovadamente esmerados em sua educação, até decidir matá-los a golpes de barra de ferro, em parceria com o namorado rejeitado por eles e o irmão do dito-cujo.

- Guilherme de Pádua, então ator da maior emissora de TV do país quando decidiu apunhalar até a morte a atriz Daniella Perez, seu par romântico na novela. Os pais do ex-ator que ganhou bolsa na PUC Minas após cumprir pouco menos de 7 anos de prisão “sofreram demais” com o crime, segundo ele próprio.

Em ambos os casos, como em milhares de outros, tratavam-se de assassinos…

- COM FAMÍLIA,

- COM ESCOLA,

…que, assim como o de Jaime Gold, fizeram uma escolha (i)moral pela qual têm de ser responsabilizados.

Apresento ainda:

- o caso da menina de 12 anos estuprada neste mesmo mês NA ESCOLA Estadual Leonor Quadros, no Jardim Miriam, Zona Sul de São Paulo, por TRÊS ALUNOS DA MESMA ESCOLA.

O Extra também vai lamentar que ela “desista” deles?

Sem falar nos inúmeros casos de pobres que venceram na vida, apesar de todas as dificuldades, como o campeão da matemática Ricardo Oliveira, filho de lavradores do interior do Ceará e portador de uma doença rara; ou Thompson Vitor Marinho, filho de pasteleiro e catadora, que passou em 1º lugar em escola federal estudando com livros que a mãe trazia do lixão.

Lá mesmo, onde deveria estar – mas felizmente não estava – essa edição do Extra.

Felipe Moura Brasil - REVISTA VEJA 

Um comentário:

Anônimo disse...

"O Extra", jornalzinho hipócrita, jornalistas tendenciosos, principalmente contra a PM, ou seja tudo de ruim que há na mídia atualmente, são hienas em busca de podridão