A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) vai fazer uma paralisação nacional por duas horas, no próximo dia 29, em apoio à greve dos policiais civis em São Paulo. De acordo com a Adepol, a paralisação terá início às 14 horas.
Nesta última quinta-feira, os policiais civis paulistas que estão em greve há mais de um mês, entraram em confronto com policiais militares próximo ao Estádio do Morumbi, na zona sul de São Paulo.
A intenção dos policiais civis era fazer uma passeata até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Entretanto, as ruas ao redor do Palácio foram bloqueadas pelos policiais militares, já que a área é considerada de segurança e é proibido fazer manifestações no local.
Os manifestantes tentaram furar o bloqueio dos policiais militares e prosseguir com a passeata, mas foram contidos com bombas de gás lacrimogênio. Na confusão, os policiais trocaram tiros com balas de borracha e dezenas de pessoas ficaram feridas.
Na tarde desta sexta-feira, os policiais civis devem se reunir com as centrais sindicais para discutir sobre os rumos da greve no estado. Ontem, o governador José Serra criticou o movimento grevista, dizendo a uma rede de televisão que a manifestação tinha intenções políticas e sindicais, principalmente às vésperas do segundo turno das eleições municipais.
Antes do confronto, o governador já havia reiterado à imprensa que só negociaria o reajuste salarial com os policiais civis quando a greve tivesse fim.
Também ontem, a Força Sindical enviou nota repudiando o posicionamento do governador e dizendo que é "intolerável que um governador eleito democraticamente utilize métodos truculentos contra servidores em luta".
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também criticou o governo afirmando que o "autoritarismo, a falta de diálogo, o desrespeito, a truculência fascista e a irresponsabilidade criminosa" promoveram uma guerra.
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