A revelação sobre a ambição presidencial de Cabral, que gostaria de ter Dilma como sua candidata a vice na coligação PMDB-PT, vazou ontem, durante conversas entre aliados. No seu projeto, Sérgio Cabral contaria com o apoio de um grande banco que também inunda de recursos a campanha de Eduardo Paes. Os banqueiros são gratos a Cabral porque foi ele quem apresentou o projeto de lei no Senado que permite aos bancos a terceirização da cobrança de dívidas de estados e municípios.
O mineiro Aécio Neves, embora em campanha o tempo todo, vem perdendo espaço no PSDB. Os tucanos vão referendar o nome de José Serra (governador paulista) para a sucessão de Lula. O neto de Tancredo Neves já não conta com o apoio seguro que tinha dos banqueiros internacionais – que já o tinham escolhido e anunciado como candidato presidencial desde 2004, em um mega-jantar na mansão dos Rothschild, na Inglaterra. Diante do desprestígio de Aécio, Cabral também costurou, em Londres e Paris, o apoio da Oligarquia Financeira Transnacional a suas ambições presidenciais.
O calcanhar de Cabral é que não demonstrou a devida força eleitoral neste domingo. Seu apoio não foi suficiente para eleger aliados em algumas prefeituras importantes da Região Metropolitana do Rio, como Niterói, São Gonçalo, Caxias e Nova Iguaçu. Por isso, para seus planos presidenciais darem certo, Cabral precisa de três coisas. Primeiro, que Eduardo Paes conquiste o Palácio da Cidade. Segundo, que Dilma Rousseff abra mão de ser candidata pelo PT e feche uma chapa com ele. Terceiro, que Lula lhe dê, em 2010, o mesmo apoio que os banqueiros já lhe deram.
Por Jorge Serrão