A Escola Municipal Almirante Tamandaré – que à noite é usada pelo estado – transformou-se em salão de festas particulares e bailes funk, com direito a desfile de homens armados e vasto consumo de entorpecentes, inclusive por menores de idade.
Apesar das festas acontecerem “há anos sem o consentimento do município”, segundo a própria prefeitura, o último evento foi promovido por uma rádio comunitária – apoiada pela ONG Viva Rio – numa suposta parceria com a direção da escola, cujo objetivo seria levantar fundos para melhorar a infra-estrutura da rádio e do próprio estabelecimento de ensino.
“A última festa do ano”, como anunciaram cartazes na comunidade, aconteceu dia 27, começou às 18h e entrou madrugada adentro. Moradores da região reclamaram por diversas vezes junto às ouvidorias das secretarias estadual e municipal de Educação sem que o problema fosse resolvido. Segundo os moradores, a escola – que fica na Avenida Presidente João Goulart 296, no meio do caminho entre dois postos da Polícia Militar – é usada a cada dois meses para eventos de vários tipos.
A Rádio Estilo Livre – promotora do evento – cobrou R$ 3 de entrada e sorteou brindes aos participantes. Do lado de fora, porém, outros brindes ficaram a cargo de homens armados que passavam de moto. Segundo moradores, é constante o vai-e-vem de traficantes no local, onde jovens – alguns aparentando serem menores de idade – consomem maconha e cocaína.
– Há muita ingestão de bebidas alcoólicas e presença de menores de idade – relatou um dos moradores. – O barulho se estende até altas horas da madrugada. O evento estimula badernas e brigas, além de haver farto consumo de entorpecentes.
Problema antigo
Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou desconhecer o problema e que usa o local apenas para ministrar aulas de ensino médio para adultos, das 18h às 22h, em dias de semana. Após esse horário, as chaves são entregues a um vigia da prefeitura.
Inicialmente, a Secretaria Municipal de Educação – na gestão anterior – informou que o caso seria de responsabilidade do estado, que usa o imóvel à noite. Procurada novamente, a prefeitura informou que “esta situação no Vidigal é antiga” e que “o problema chegou a ser resolvido há algum tempo”, após negociações com o estado.
Já a atual gestão da secretaria informou que “considera a situação inadmissível e que nenhuma escola municipal pode sediar bailes funk e festas que descumprem a lei do silêncio, em vigor a partir das 22h. A secretaria vai averiguar a denúncia e avaliar se houve envolvimento do vigia da escola. Caso seja comprovada alguma irregularidade, providências serão tomadas”.
O diretor da Rádio Estilo Livre, Wanderley Gomes, afirmou que a própria direção da escola autoriza os eventos. Ninguém da diretoria, porém, foi encontrado para falar sobre o caso.
– Temos uma parceria – contou Gomes. – Nas festas juninas, nós cedemos aparelhos de som e divulgamos na rádio tudo o que eles precisam. Já doamos tinta para grafite e bola de futebol.
O comandante em exercício do 23º BPM (Leblon), tenente-coronel Décio Bonfim, informou que não foi dada autorização para a realização de festas na comunidade. Décio disse ainda que vai solicitar aos policiais responsáveis pelo policiamento naquela região que fiquem atentos às faixas colocadas nas ruas, e que levará a questão ao Conselho Comunitário de Segurança.
– O batalhão não foi comunicado. Vamos buscar informações junto à comunidade e aos policiais responsáveis pela área para fazer uma operação na região caso seja confirmada a realização de festas dentro de um estabelecimento de ensino.
http://jbonline.terra.com.br/nextra/2009/01/10/e100118669.asp
2 comentários:
o prefeito e o governador só querem saber dos carros com o IPVA atrasado.
ola quero sabe um telefone sem ser da policia para mim denucia um baile fank desde mesmo porte do anucio seu se estiver mande messiasvgs@hotmail.com
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