domingo, 5 de julho de 2009

PMs absolvidos pela Justiça podem ser expulsos

A Polícia Militar poderá expulsar dos seus quadros os 44 PMs acusados de receberem propinas de traficantes das favelas Santa Lúcia e Parada Angélica, em Duque de Caxias, que foram absolvidos pela Justiça no início do mês passado.
A corporação publicou na última sexta-feira em seu boletim interno que os 44 policiais e outros 29 também suspeitos, que foram excluídos ou não responderam o processo, responderão a Conselho Disciplinar, que decide pela permanência ou não do servidor.
A acusação contra eles surgiu depois que escutas telefônicas feitas em 2007 por agentes da 59ª DP (Duque de Caxias) com autorização da Justiça flagraram conversas em que PMs apareciam negociando com traficantes o recebimento de valores que variavam entre R$ 2 mil a R$ 4 mil por semana para não reprimirem o tráfico no local.
A absolvição dos PMs pela Justiça, que alegou falta de provas, deixou indignado o governador Sérgio Cabral que, na época, considerou "absurdo" e pediu ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que os policiais não voltassem mais a trabalhar nas ruas.
Em nota, a PM informou que todos os 73 policiais estão trabalhando em serviços internos e que o Conselho Disciplinar tem um prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 20 a contar da publicação oficial no boletim, para tomar a decisão.
No relatório da investigação, a PM informa que o episódio gerou descrédito na imagem da corporação e que há elementos suficientes para aplicar sanções disciplinares.
Os 73 PMs foram denunciados pelo Ministério Público por formação de quadrilha e associação para o tráfico mas nem todos responderam processo. 44 policiais foram soltos em novembro de 2007 por decisão judicial. Na época, soltaram fogos na porta do Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, para comemorar a libertação, em episódio que causou polêmica.
Na investigação, cinco traficantes foram presos e um deles reconheceu, por foto, os policiais suspeitos. Os investigadores também apreenderam um caderno com a contabilidade do movimento de drogas onde havia anotadas as quantias que supostamente seriam pagas aos PMs.
Autora da sentença que absolveu os policiais, a juíza da 1ª Vara Criminal de Duque de Caxias, Tula Barbosa, entendeu que a investigação não revelou a identidade dos PMs que participariam do suposto esquema. Segundo ela, a condenação errônea de policiais traria prejuízo muito maior à sociedade do que eventual impunidade de alguns que tenham praticado as irregularidades anunciadas na denúncia.

Jornal do Brasil

2 comentários:

Anônimo disse...

POLICIAIS MILITARES ABSOLVIDOS PELA JUSTIÇA E CONDENADOS PELO GOVERNADOR CABRAL!!! Assista meu discurso: http://migre.me/3cxc

Anônimo disse...

06.07.09 às 01h00
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Marcus Vinicius: Salários e policiais

Deputado estadual e presidente do PTB

Rio - Assaltos diários em arrastões nas principais vias expressas – Avenida Brasil ou Linha Amarela — e o crescimento desenfreado do roubo a transeunte, com ladrões ousando até mesmo pegar as pessoas pelas janelas dos ônibus na Presidente Vargas, aumentam a sensação de insegurança dos moradores do Rio.

O grande acerto da Política de Segurança Pública tem sido, indiscutivelmente, a liberdade de ação e o apoio que o governador Sérgio Cabral tem dado ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Apesar disso, o delegado gaúcho e seus subordinados têm sido mal-sucedidos em certos aspectos da condução de uma política de segurança eficaz na proteção do povo. E o exemplo é a dificuldade de impedir esses assaltos cotidianos. O bom senso nos diz que os salários muito baixos tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil parecem estar na raiz dos erros que ainda persistem e dos graves problemas de segurança vividos pela população. Aliás, não é de hoje que corrupção e baixos salários são relacionados como as causas dos males que afligem a segurança pública. O ex- corregedor da PM, Ricardo Paúl, foi exonerado exatamente por denunciar essa realidade.

É consenso de que só há polícia boa e honesta quando é bem paga pelo seu serviço. Apesar de saberem disso, os administradores do Estado insistem na aplicação de uma política salarial desastrada: os policiais militares são tão mal pagos que pedem equiparação à Polícia Civil, outra que vive reclamando dos próprios vencimentos. O estado precisa, com urgência, definir uma política salarial compatível com a importância da polícia.