As cidades de Niterói e São Gonçalo perderam, nos últimos dias, 300
policiais. Esta situação deixou representantes da Câmara de Segurança da
Região Oceânica (CSRO) em estado de alerta. A transferência, que teve
início em agosto, gerou uma nota de repúdio feita pela CSRO, informando
da retirada destes policiais e de parte do aparato de segurança trazido
para a cidade na época que a “onda de violência” assolou o município. O
documento foi encaminhado à Comissão de Segurança Pública e Assuntos de
Polícia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), solicitando
apuração do caso.
A preocupação parte do princípio que com a transferência dos
policiais e a não reposição deste contingente, fatos como os que
ocorreram na cidade, nos meses de fevereiro, março e abril, voltem a
assombrar a vida dos moradores de Niterói.
“Quando houve aquele boom de violência na cidade, o secretário de
Segurança e o comandante-geral da PM, usaram estes novos PMs que estavam
aqui fazendo estágio, como número de policiais que estavam reforçando o
policiamento de Niterói. Se eles estavam reforçando e saem, houve uma
perda. Tudo bem que eles (PMs) cumpram estágio e passem a ingressar as
unidades pacificadoras, mas cadê a reposição? Com essa redução, não há
dúvidas que em um curtíssimo espaço de tempo nós vamos voltar ao mesmo
patamar de violência anterior”, falou Renan Lacerda, presidente da
Câmara de Segurança da Região Oceânica.
Renan Lacerda diz ainda que a queda do efetivo pode ser notada na
Região Oceânica. Ele afirma que na época do aumento de roubos havia 70
policiais patrulhando a região, em seguida, com as medidas adotadas pelo
governo, o número aumentou para 120 e hoje voltou a ser 70. O apoio do
Batalhão de Choque também deixou a cidade e os cavalos que chegaram vir
para cidade, precisaram retornar para Campo Grande.
“Onde estão motos e Patrulhamentos Táticos Móveis (Patamos)
destinados à Região Oceânica quando a criminalidade na cidade aumentou?
Os cavalos vieram e não tinha local adequado, tiveram que retornar. Mas a
população da Região Oceânica e a Câmara de Segurança conseguiram um
local dentro de um iate clube para abrigar estes animais, articulando
com empresários locais o material para construção das baias”, completou.
A expectativa é que até o fim da próxima semana o requerimento do
deputado estadual Paulo Ramos (PDT), que solicita uma audiência pública
com o secretário de Estado de Segurança José Mariano Beltrame e o
comandante-geral da Polícia Militar (PMERJ), coronel Erir Costa Filho,
para esclarecimentos sobre o remanejo de policiais lotados no 12° BPM
(Niterói) e no 7º BPM (São Gonçalo) para Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs), no Rio, seja votado.
“É um absurdo. Houve reforço do policiamento em Niterói a Prefeitura
contratou homens por meio do Programa Estadual de Integração na
Segurança (Proeis) e agora pode perder 100 agentes, enquanto em São
Gonçalo seriam 200. Queremos explicações. Após aprovado, o ofício
enviado ao presidente da comissão, deputado Zaqueu Teixeira (PT), a
audiência deverá acontecer”, disse Paulo Ramos.
Questionada sobre o fato, a assessoria da Polícia Militar respondeu
apenas que, no início de setembro, 160 dos 588 policiais formados no
último dia 3 de setembro foram deslocados para cumprir estágio
prático-operacional em Niterói. Outros 160 foram para São Gonçalo.
Além disto, há 465 policiais trabalhando pelo Proeis para a
Prefeitura de Niterói e 33 policiais para a concessionária das barcas. O
Regime Adicional de Serviços (RAS) está empregando também um reforço
diário de 50 policiais para Niterói. O 7º BPM conta com mais 97
policiais/dia.
O FLUMINENSE
Um comentário:
O governo só forma policial para upp, com efetivos maiores que de batalhões e escalas dignas somente para os formados recentes. Dezembro está chegando, e nós queremos as escalas que nos roubaram de volta.
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