terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quando a PM vira 'bico' - o coronel do porsche


Já ouviu a do coronel da PM que foi pego pela Lei Seca e jura que não tinha bebido álcool? Parece piada, mas não é. O coronel da reserva Fernando Príncipe Martins dirigia tranquilamente seu Porsche (!), quando foi parado por uma blitz da Lei Seca na Praça do Ó, na Barra da Tijuca. Como se recusou a soprar o bafômetro, o coronel teve a carteira de habilitação apreendida e foi multado também por estar sem cinto de segurança. Ao jornal O GLOBO, o coronel Príncipe contou que não havia bebido uma gota de álcool mas afirmou que não soprou o bafômetro porque isso contraria a Constituição.
-- Sou contra ser obrigado a produzir provas contra mim. A Lei Seca é uma leizinha que quer empurrar as coisas, mesmo contrariando os preceitos constitucionais -- disse o coronel Príncipe, que não deve ter sido tão legalista assim quando comandou o Bope, cuja chefia deixou depois que agentes daquele batalhão balearam moradores de Vigário Geral, ou quando comandou o 9º BPM (Rocha Miranda), cuja cúpula deixou depois que agentes daquela unidade participaram de tiroteio com bandidos, que resultou na morte do menino Wesley, de 11 anos, dentro da sala de aula de um Ciep.
Embora de fato não haja qualquer suspeita sobre a idoneidade moral do coronel, o episódio revela uma série de contradições. Em primeiro lugar, o coronel deveria ter mais respeito pelos colegas de farda que participavam da operação e não chegar comportando-se no ultrapassado estilo "sabe com quem está falando" e se recusar a soprar o bafômetro, como a maioria dos cidadãos faz. Eu mesmo já fui parado duas vezes por blitzes da Lei Seca e concordei em soprar o bafômetro, não apenas porque não havia bebido como também porque apoio a Lei Seca, que já salvou incontável número de vidas. Se há algum excesso nessa lei, vamos modificá-la no Congresso nacional.
Dar uma de rebelde a essa altura da vida não combina nem um pouco com alguém que passou a vida empregando a força para defender a lei. Imagine quantas leis ridículas o coronel defendeu simplesmente porque eram leis, feitas para sempre cumpridas. Pregar desobediência civil não combina com um agente da lei. Mas tudo indica que o coronel está tomado pelo espírito da juventude. Ao ser parado na blitz, ele pilotava um Porsche zero quilômetro, que custa pelo menos R$ 500 mil ou meio milhão de reais.
O coronel Príncipe tem direito de dirigir o carro que quiser. Mas há de convir que ter um carro luxuoso desses não combina nem um pouco com a situação salarial da grande maioria da tropa a que ele ainda pertence, apesar de estar na reserva. Obviamente que não foi com seus vencimentos, que não devem passar de R$ 10 mil mensais -- a menos que ele seja um dos marajás da PM -- que ele conseguiu comprar um dos objetos de desejo dos amantes de automóveis.
O próprio coronel Príncipe explicou como adquiriu o veículo: sua atividade como sócio de uma empresa de segurança privada.
-- É de lá que vem meu rendimento maior -- afirmou o coronel ao GLOBO.
E está aí uma das grandes contradições da segurança pública hoje. Oficiais da PM e delegados de polícia transformaram em bico a sua atividade principal, pública, que é justamente a que lhes confere a "autoridade", a matrícula, o distintivo e a arma, empregados no exercício da atividade privada. Em outras palavras, a sociedade sustenta a segurança privada feita por agentes públicos em detrimento da segurança pública. Por mais dedicado que seja um agente ao serviço público, ele sem dúvida vai ferir interesses públicos se der prioridade à sua atividade privada.
Para entender melhor isso, vamos partir da seguinte obviedade. Quanto pior estiver a segurança pública quem terá mais lucro com isso, além dos próprios criminosos? Aqueles que vendem segurança privada. Portanto, um agente público pode tratar com desleixo seu trabalho até mesmo inconscientemente benificiando seu negócio privado. Isso pode acontecer com qualquer área do serviço público. Mas é mais flagrante na área de segurança. Por isso os bicos nunca foram tolerados. Só que o poder público não conseguiu atualizar os salários de seus agentes e relaxou, permitindo os bicos.
Agora relaxa mais um pouco, permitindo que oficiais e delegados sejam sócios de 20% de empresas de segurança. O que acontece é que eles podem ser os verdadeiros donos, usando testas-de-ferro com 80% das ações.
Em nome do interesse público, o bico na segurança deveria ser permitido apenas aos servidores que não estivessem em cargo de chefia ou na cúpula das carreiras. No caso de PMs, dependendo da atividade, é claro, quem fizesse bico deveria usar farda porque assim também continuaria dando sua contribuição à segurança da comunidade.
Para que a segurança pública fosse feita com mais esmero por seus oficiais e delegados, o ideal seria que eles só pudessem dar consultoria ou ter sua própria firma depois que se aposentassem. Aí sim não haveria qualquer conflito de interesse. Mas quem precisa de um coronel de pijama?

REPÓRTER DE  CRIME

8 comentários:

Anônimo disse...

Atenção Coronel Principe e Delegado Franco: O único funcionário público que pode ganhar salário acima do Teto Constitucional, morar em Ipanema, na Rua Redentor, em apartamento de 4 milhões e seus filhos estudarem em Londres e o nosso "ilibadissimo" secretário, fraudador de concurso Beltrame! Mas conhecido como "Sassa Mutema Salvador da Pátria", "Collor gaúcho", "Forrest Gump" ou "Macunaima das organizações Grobo - o herói sem ética e de caráter duvidoso"...


Anônimo disse...

Agora imagine se cada cidadão escolher a sua "leizinha" para ridicularizar e descumpri-la? Acabaria aquilo que conhecemos como pacto social e, consequentemente, o fim da sociedade como nós conhecemos. O coronel tem todo direito de não concordar com a lei, mas deve obedecê-la. Eu também não concordo com "as leizinhas" de tributação de impostos, mas pago os meus impostos em dia, o fato de não concordar não pode fazer de mim um sonegador transgressor da lei, da mesma maneira o fato do coronel não concordar não lhe dar o direito de ridicularizar e transgredir uma lei. A prerrogativa de julgar a lei se é ou não é constitucional cabe a ao STF e não aos fiscalizados pelos agentes da lei seca. Cabe lembrar que o coronel é policial militar, que jurou solenemente obedecer às ordens emanadas das autoridades e cumprir a lei

Anônimo disse...

Comandante da PM foi desmoralizado em praça pública
Reprodução da capa de O Dia
Reprodução da capa de O Dia


O coronel Erir Ribeiro se fosse um homem com brios ontem teria pedido o boné. Depois de ser anunciado que a PM não aceitaria mais mulheres, já que o comandante acha que elas não têm aptidão física para serem policiais, tudo mudou em 24h.

Primeiro logo cedo Paes ligou para Cabral se queixando dizendo que isso era ruim para a sua campanha. Cabral determinou então que a decisão do comandante da PM fosse revogada. Mas por estratégia de marketing mandou sua assessoria dizer que a decisão foi de Beltrame para ele ficar bem com as mulheres.

Mas ridículo e patético foi o coronel Erir Ribeiro dizer que voltou atrás porque a sua chefe de gabinete ficou revoltada por ser mulher e ameaçou deixar a PM caso essa medida discriminatória vingasse. Essa versão virou chacota nos corredores do QG da PM. blog do garotinho

Anônimo disse...

PAU QUE DÁ EM CHICO DÁ EM FRANCISCO?

Na polícia militar do Rio não.

Dois Sargentos do 5º batalhão estão presos após supostamente terem seu armamento de emprego coletivo, um fuzil, roubado durante uma abordagem na gamboa ( ver detalhes no jornal Extra - panfleto do Cabral )
A algum tempo atrás, não muito, o coordenador das UPPs, Coronel Seabra, teve - supostamente - duas pistolas .40 da PMERJ roubadas durante um SUPOSTO roubo e, obviamente, não deu em nada.

Anônimo disse...

ué? como dois sargentos ficaram sem os dois fuzis? estavam na viatura? geralmente nessa area eu acho que policial nenhum sequer tira a mão do gatilho ,mais vai ver que estavam entre amigos,pois se eu extraviar meu cerquerinha devo responder tudo que eles quiserem, até dizer que eu vendi para bandidos,até suspender meu pagamento é capaz,desmontei e guardei, quando eu morrer alguém pede a viúva e some com isso.

Anônimo disse...

valew coronel! quero ver se esses que são arrogantes ,perversos ,malvados que usam esta lei para mostrar que são brabos,colocaram a tenda da fiscalização na ciclovia ,quando foram questionados apreederam a bicke do cidadão, covardes esse pm ai é o caveira porque que vcs.não juntaram apatota e foram p/cima dele? medo? iam entrar na porrada!não vai demorar! quando vc.virem esse carro vire as costas é melhor!!depois vai chorar , olha lá

Anônimo disse...

estão falando que ninguém quer trabalhar nessa lei seca,enquanto não tomarem o carro amarelo que aterroriza os fiscais já vão com medo e não adianta colocar coronel caveira p/segurar esse ai não.agora se for um golzinho mil vai quinze em cima e se vc. for graduado ai eles tentam te humilhar,tudo bem, ai vem o principe e eles viram sapo!dalhe cel!!!!,sempre tem policial nestas blitz p/ajudar os covardes. ai...vem o cel.eles somem.

Anônimo disse...

O BICO DO BAFÔMETRO É DESCARTÁVEL??? NÃO! ENTÃO LAMENTO, MAS SOU PORTADOR DA HEPATITE E VOU TER QUE SOPRAR E,A SSIM, ESPALHAR ESSA DOENÇA QUE ME CONTAMINEI NO HPM/RIO.