EXISTEM 51 DELEGACIAS NO TEMPO DA MÁQUINA DE ESCREVER. NA 75ª DP DE RIO d"OURO ( SÃO GONÇALO ), UM DOS QUATRO COMPUTADORES É DO PRÓPRIO INSPETOR. A INTERNET, AINDA É DISCADA
O nada legal fracasso das delegacias
Entre muitas críticas e poucos elogios, o Programa Delegacia Legal completa 10 anos sem chegar a 47% das DPs do Estado. A promessa é de que o programa seja totalmente implantado em até dois anos, mas enquanto isso não acontece, há 51 delegacias ainda no tempo da máquina de escrever, onde 12 carceragens são mantidas – apesar de não ser atribuição da Polícia Civil – e os profissionais têm salários menores. É para elas que são transferidos, muitas vezes, policiais que respondem a processos disciplinares. Para conseguir trabalhar, muitos chegam a levar seus próprios computadores e até cadeiras de casa, o chamado “kit-delegado”.
Na 75ª DP (Rio d'Ouro), em São Gonçalo, a era da informática só chegou há menos de um ano – assim mesmo porque um dos quatro computadores é do próprio inspetor. A internet, porém, ainda é discada e, se chover, não funciona. Isolado, o delegado ou inspetor sequer pode saber, por exemplo, se um suspeito já teve passagem pela polícia para determinar uma linha de investigação. Por telefone, até conseguem descobrir se há mandado de prisão expedido.
– Mas, às vezes, demora até uma hora para levantarmos uma informação, isso quando conseguimos – comentou o inspetor Nilo Fausto. – Atrapalha muito, mas delegacia legal por aqui é algo de que sempre ouvimos falar, mas nunca vimos nada de concreto.
Em todas as delegacias visitadas pelo Jornal do Brasil, era comum os próprios inspetores ou delegados terem de arcar com o mínimo de infra-estrutura para conseguir trabalhar. Em alguns casos, toda a sala era mobiliada pelo próprio policial.
– Está vendo essa impressora? Foi minha esposa quem me deu de Natal – contou um policial, que pediu para não ser identificado. – Quase todos os policiais trazem alguma coisa de casa. Nós até chamamos isso de kit-delegado.
3,5 mil presos
Embora não seja competência da Polícia Civil, a instituição mantém 12 carceragens nas quais vivem cerca de 3,5 mil detentos aguardando julgamento até serem transferidos para uma penitenciária. Uma delas fica na 52ª DP (Nova Iguaçu), onde o delegado Orlando Zaccone realiza uma série de parcerias com a sociedade e a prefeitura para tentar ressocializar os detentos.
– Uma casa de custódia é um hotel cinco estrelas perto de nossas carceragens – admitiu.
Apesar de dar mais conforto ao cidadão e mais ferramentas à polícia, a delegacia legal padece de problemas semelhantes aos das tradicionais. A demora no atendimento, por exemplo, depende de cada funcionário, e nem todas as DPs contam com delegados de plantão. Os policiais das delegacias legais ainda ganham R$ 500 de bônus, enquanto as tradicionais são reservadas, muitas vezes, a profissionais que estavam na 'geladeira'.
– O bônus dado aos policiais das delegacias legais cria um clima de insatisfação na instituição – disse Zaccone. – Além disso, as tradicionais costumam receber policiais em situações adversas. A qualidade dos funcionários das delegacias legais é bem maior.
Assim como a 52ª DP, que mantém parceria com setores da sociedade para cuidar da carceragem, a 81ª DP (Itaipu) também passou por uma ampla reforma graças à ajuda de moradores e empresários da região. Os policiais contam que, quando a equipe do delegado Milton Olivier chegou, em março, a impressão era de que a entrada da unidade daria no cemitério (que fica ao lado). Além da doação de computadores e ar-condicionado, por exemplo, os policiais chegaram a digitalizar o Registro de Ocorrência para, enfim, aposentar a máquina de escrever.
– Tiramos mais de 90 carros que se entulhavam na DP e conseguimos construir uma cantina, com geladeira e fogão – contou o inspetor Cardoso.
Na 75ª DP (Rio d'Ouro), em São Gonçalo, a era da informática só chegou há menos de um ano – assim mesmo porque um dos quatro computadores é do próprio inspetor. A internet, porém, ainda é discada e, se chover, não funciona. Isolado, o delegado ou inspetor sequer pode saber, por exemplo, se um suspeito já teve passagem pela polícia para determinar uma linha de investigação. Por telefone, até conseguem descobrir se há mandado de prisão expedido.
– Mas, às vezes, demora até uma hora para levantarmos uma informação, isso quando conseguimos – comentou o inspetor Nilo Fausto. – Atrapalha muito, mas delegacia legal por aqui é algo de que sempre ouvimos falar, mas nunca vimos nada de concreto.
Em todas as delegacias visitadas pelo Jornal do Brasil, era comum os próprios inspetores ou delegados terem de arcar com o mínimo de infra-estrutura para conseguir trabalhar. Em alguns casos, toda a sala era mobiliada pelo próprio policial.
– Está vendo essa impressora? Foi minha esposa quem me deu de Natal – contou um policial, que pediu para não ser identificado. – Quase todos os policiais trazem alguma coisa de casa. Nós até chamamos isso de kit-delegado.
3,5 mil presos
Embora não seja competência da Polícia Civil, a instituição mantém 12 carceragens nas quais vivem cerca de 3,5 mil detentos aguardando julgamento até serem transferidos para uma penitenciária. Uma delas fica na 52ª DP (Nova Iguaçu), onde o delegado Orlando Zaccone realiza uma série de parcerias com a sociedade e a prefeitura para tentar ressocializar os detentos.
– Uma casa de custódia é um hotel cinco estrelas perto de nossas carceragens – admitiu.
Apesar de dar mais conforto ao cidadão e mais ferramentas à polícia, a delegacia legal padece de problemas semelhantes aos das tradicionais. A demora no atendimento, por exemplo, depende de cada funcionário, e nem todas as DPs contam com delegados de plantão. Os policiais das delegacias legais ainda ganham R$ 500 de bônus, enquanto as tradicionais são reservadas, muitas vezes, a profissionais que estavam na 'geladeira'.
– O bônus dado aos policiais das delegacias legais cria um clima de insatisfação na instituição – disse Zaccone. – Além disso, as tradicionais costumam receber policiais em situações adversas. A qualidade dos funcionários das delegacias legais é bem maior.
Assim como a 52ª DP, que mantém parceria com setores da sociedade para cuidar da carceragem, a 81ª DP (Itaipu) também passou por uma ampla reforma graças à ajuda de moradores e empresários da região. Os policiais contam que, quando a equipe do delegado Milton Olivier chegou, em março, a impressão era de que a entrada da unidade daria no cemitério (que fica ao lado). Além da doação de computadores e ar-condicionado, por exemplo, os policiais chegaram a digitalizar o Registro de Ocorrência para, enfim, aposentar a máquina de escrever.
– Tiramos mais de 90 carros que se entulhavam na DP e conseguimos construir uma cantina, com geladeira e fogão – contou o inspetor Cardoso.
Luiz Eduardo Soares, criador do projeto, também faz crítica.
Dez anos sem alcançar os objetivos
3 comentários:
bombeiros não recebram o dinheiro destinado ao pessoal que trabalha no combate a Dengue em todo o Rio de Janeiro. A verba já está disponível, é federal, mas ainda não chegou nas mãos da rapaziada. Trabalhamos todo o mês de dezembro e janeiro, mas nada de pagamento. Não tem data prevista pra nada, pagam quando querem. Sol na cabeça, calor de verão e dinheiro nada!!!!"
bombeiros não recebram o dinheiro destinado ao pessoal que trabalha no combate a Dengue em todo o Rio de Janeiro. A verba já está disponível, é federal, mas ainda não chegou nas mãos da rapaziada. Trabalhamos todo o mês de dezembro e janeiro, mas nada de pagamento. Não tem data prevista pra nada, pagam quando querem. Sol na cabeça, calor de verão e dinheiro nada!!!!"
TINHAM QUE FAZER UMA REPORTAGEM SOBRE AS CONDIÇÕES DOS BATALHÕES DA PM. ALOJAMENTOS FEDORENTOS, BANHEIROS EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES E O RANCHO UM VERDADEIRO CHIQUEIRO.
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