Os tiros a curta distância na cabeça e no antebraço de dois
adolescentes, de 16 e 17 anos, mortos num suposto tiroteio, há 12 anos,
sintetizam bem o histórico profissional do homem contratado pela
Prefeitura do Rio para cuidar de 178 jovens usuários de crack.
No caminho
inverso do filantropo presidente da Casa Espírita Tesloo — a cogestora
dos cinco centros especializados em dependência química —, os anos de
serviço na Polícia Militar fizeram do major reformado Sérgio Pereira de
Magalhães Júnior, 42 anos, um colecionador de confrontos armados. Em
quatro anos de combate nas favelas, o oficial viu tombar nos tiroteios
que protagonizou ao menos 42 pessoas, entre 1999 e 2002.
A fama de operacional e destemido valeu a Sérgio Magalhães o título de
‘xerife’ de Magalhães Bastos, onde foi criado e montou a base para seu serviço
social. A reboque, virou alvo de investigação, determinada pela Chefia
de Polícia Civil em 2008, por suspeita de integrar grupo de milícia na
Zona Oeste. O major foi ouvido duas vezes em inquérito na 33ª DP
(Sulacap) para apurar a ligação de policiais com grupo que domina as
comunidades Sobral e Vila Brasil.
Na lista dos investigados, há três velhos conhecidos de rua do major
Júnior — como Sérgio Magalhães aparece na denúncia e, curiosamente, é
chamado pelos amigos no bairro. São eles os irmãos Ítalo e Ipólito
Pereira Campos, e Jailton Campos, todos PMs e que participaram de mais
de uma dezena de trocas de tiros com supostos traficantes, sempre sob a
supervisão do oficial, nos tempos de 22º BPM (Maré) e 14º BPM (Bangu).
Sérgio Magalhães e os irmãos Campos formaram uma trinca do barulho nos
quartéis e com um gosto pelo atacado: dos 23 autos de resistência
registrados pelo major PM nas delegacias do Rio de Janeiro
e batalhões onde trabalhou, em pelo menos um terço houve mais de uma
vítima. Em um só episódio, na Favela da Coreia, em 2001, foram cinco
mortes. E mais: a precisão dos tiros do oficial é impecável. Quase
sempre os supostos criminosos foram atingidos na cabeça e no peito.
Rápido no gatilho
A rapidez com o gatilho nas operações policiais se mostrou eficiente também na administração da Casa Espírita Tesloo. Sérgio fundou a instituição em 2002 com um grupo de amigos e parentes. Até hoje, a mãe do oficial e o irmão, cabo da PM, têm cargos na ONG e a mulher, Sabrina Fernandes, faz parte do grupo administrativo.
Em três anos, Sérgio Magalhães fincou o pé na Prefeitura do Rio e não
saiu mais. Mesmo sem qualificação, conseguiu angariar R$ 1,8 milhão em
verbas para cuidar dos menores abandonados e famílias desamparadas. Mas o
pulo do gato veio mesmo em 2009. De lá para cá, o combate ao crack e o
acolhimento de crianças e adolescentes injetaram R$ 78 milhões na casa
espírita e deram ao major o título de rei da internação compulsória.
Reforma por invalidez não freou troca de tiros
Amigos em Magalhães Bastos e na Justiça. Ítalo e Ipólito Campos são testemunhas em ação na 4ª Vara de Fazenda Pública em que o major pede à PM o reconhecimento da reforma por doença adquirida no trabalho. Magalhães alega que em operação na Favela Nova Brasília, em 2003, caiu de uma casa e feriu duas vértebras. Parecer do setor de neurocirurgia do Hospital da PM, assinado pelo urologista Frederico Antônio Capper, atestou invalidez permanente.
O problema cervical, no entanto, não o impediu de entrar em favela e atirar em bandidos. Em 2007, foi chamado em casa por amigo, de madrugada, e foi sozinho à Favela do Fumacê, em Realengo, recuperar carro roubado. Na 33ª DP, Magalhães afirmou que só rumo à delegacia notou o corpo de um homem no banco traseiro. Em 2011, saiu de moto e recuperou veículo de outro amigo, em Deodoro. Na ação, trocou tiros com Patrick da Silva e Silva, que morreu com duas balas na cabeça.
Tiros certeiros na cabeça e no peito
Nos laudos cadavéricos dos mortos em confronto com o major, mais de 60% das vítimas foram atingidas na cabeça, no peito e no antebraço. As marcas sinalizam tentativa da vítima de se defender com o braço diante da arma. Foi o que aconteceu com Leonardo Mendonça Leocádio, 16 anos, e Juliano Domingos Monteiro, 17, mortos na Favela 48, em Bangu, em 2000. O primeiro levou três tiros no pescoço, um na cabeça e quatro no braço direito. O amigo, dois no peito e dois no braço direito.
A maioria das 42 mortes ainda são investigadas nas delegacias ou no Ministério Público: seis viraram inquéritos arquivados e 23 desses autos de resistência, elogio na ficha funcional.
JORNAL O DIA
Reforma por invalidez não freou troca de tiros
Amigos em Magalhães Bastos e na Justiça. Ítalo e Ipólito Campos são testemunhas em ação na 4ª Vara de Fazenda Pública em que o major pede à PM o reconhecimento da reforma por doença adquirida no trabalho. Magalhães alega que em operação na Favela Nova Brasília, em 2003, caiu de uma casa e feriu duas vértebras. Parecer do setor de neurocirurgia do Hospital da PM, assinado pelo urologista Frederico Antônio Capper, atestou invalidez permanente.
O problema cervical, no entanto, não o impediu de entrar em favela e atirar em bandidos. Em 2007, foi chamado em casa por amigo, de madrugada, e foi sozinho à Favela do Fumacê, em Realengo, recuperar carro roubado. Na 33ª DP, Magalhães afirmou que só rumo à delegacia notou o corpo de um homem no banco traseiro. Em 2011, saiu de moto e recuperou veículo de outro amigo, em Deodoro. Na ação, trocou tiros com Patrick da Silva e Silva, que morreu com duas balas na cabeça.
Tiros certeiros na cabeça e no peito
Nos laudos cadavéricos dos mortos em confronto com o major, mais de 60% das vítimas foram atingidas na cabeça, no peito e no antebraço. As marcas sinalizam tentativa da vítima de se defender com o braço diante da arma. Foi o que aconteceu com Leonardo Mendonça Leocádio, 16 anos, e Juliano Domingos Monteiro, 17, mortos na Favela 48, em Bangu, em 2000. O primeiro levou três tiros no pescoço, um na cabeça e quatro no braço direito. O amigo, dois no peito e dois no braço direito.
A maioria das 42 mortes ainda são investigadas nas delegacias ou no Ministério Público: seis viraram inquéritos arquivados e 23 desses autos de resistência, elogio na ficha funcional.
JORNAL O DIA
7 comentários:
Engraçado, investigar a vida do policial é fácil. Quero ver investigar as transações do governador e do prefeito com as obras do maracanã e com a Delta.
Anônimo disse...
Engraçado, investigar a vida do policial é fácil. Quero ver investigar as transações do governador e do prefeito com as obras do maracanã e com a Delta.
Companheiro, falou pouco, mas falou bonito.
Bandido mais perigoso e sacripanta do que o Sérgio Cabral não existe.
Vamos investigar Ong de vagabundos do Afro Reggae mantida também pelo governo e apoiada por um monte de político safado.
O José Júnior,ex-favelado de Vigário,envolvido com o tráfico de lá,agora virou bom moço,montou uma Ong e só vive daquilo,gosta de chamar policial de bandido,anda de carro importado avaliado em 140 mil ,roupas de grifes famosas e ninguém investiga porque será?
Esta matéria foi paga muito provavelmente pelo Afro reggae e outras Ongs que não querem perder espaço e sua clientela,como esta do afro reggae que diz "recuperar" vagabundo,o "Mister M",matador de policiais virou até modelo graças ao Afro reggae,que maravilha,depois o José júnior do afro reggae quer criticar o pastor Marcos Pereira,mais tudo tem uma razão o pastor estava tirando clientes do afro reggae.
amigo só vc.que não percebeu, acabou! ninguém quer saber de ordem no estado,pegam a constituição e fazem dela o que quiserem,paga ou não eles tem dinheiro e apoio popular,um dia desses vi os frequentadores botarem a guarda municipal para correr da prais onde exerciam a fiscalização p/o bem dessa população que com raiva xingavam,ameaçavam,corriam atras,como os errados fossem eles,pior que gente que não tinha nada o que fazer jogavam cadeiras de praias neles. eles tem o que merecem,então amigo não adianta.
Sem fazer juízo de valores.Se fosse médico faria cirurgia, se fosse pedreiro construiria uma casa, se fosse mecânico consertaria, se não houvessem vagabundos, viciados e maus administradores ..., esse major não mataria ninguém, pois todos seriam pessoas de bem. Seja declarada a inversão de valores!
Quero ver investigar a vida de adriana ancelmo,juiz bezerra da ba,juiz paulo assed,seu cabral seu lula seu renan e por ai vai.
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