Entre os muitos caminhos possíveis para combater o crescimento
devastador do crack nas cidades brasileiras, pelo menos dois são
inescapáveis: é preciso combater o tráfico e os pontos de venda; e é
preciso tratar urgentemente os dependentes químicos, grande parte desse
grupo formada por menores de idade oriundos de famílias pobres. Em
relação ao crack, nada é simples ou barato. E no momento, no Rio de
Janeiro, o descompasso entre essas duas ações torna os esforços quase
nulos. Como REVISTA VEJA mostrou ao longo da última semana, o governo do estado
empenhou recursos na ocupação da área onde se formou a maior cracolândia
do estado, próxima das favelas de Manguinhos e do Jacarezinho. Já no
dia seguinte à ocupação, os usuários, mesmo aqueles recolhidos pelas
equipes de assistência social, reapareceram nos arredores de outros
pontos de venda da droga. Não há como ser diferente: as duas únicas
clínicas do estado estavam fechadas, e não há, por enquanto, onde tratar
os adultos em situação de dependência.
Quatro passos do tratamento de usuários de crack
Internação
Acompanhamento psicológico
Terapia
Vigilância eterna e apoio
E aí surge outra explicação para os efeitos pífios das políticas públicas contra o crack até o momento: na rede pública de saúde do estado do Rio o atendimento é apenas ambulatorial. Ou seja, o paciente chega, recebe os cuidados médicos e sai quando quer, sem receber o acompanhamento psiquiátrico necessário para reduzir as chances de, novamente, buscar a droga.
Para todo o estado do Rio, havia, antes do fim do contrato com as duas clínicas de dependência química para adultos, 300 vagas disponíveis para todo tipo substância. O total de usuários de crack só na capital é um chute: seriam 3.000 os viciados, entre adultos e crianças. Apesar de o total de vagas no estado ser ínfimo, não chega a haver superlotação. Afinal, o dependente de crack raramente busca tratamento.
A chegada do crack à classe média, no entanto, já cria uma fila para tratamento na rede particular. Pela primeira vez em 20 anos, a Clínica Jorge Jaber, que tem capacidade para receber 70 pacientes, tem fila de espera. “O crack não é mais droga de pobre. Recebo com frequência pacientes de classe média que já foram retirados por suas famílias das ruas, de cracolândias. É muito triste. Essa turma do crack se vende por qualquer coisa, é um negócio deprimente", afirma.
“Geralmente o usuário da classe média que se vicia em crack já usou maconha, álcool ou cocaína sem ficar dependente de imediato. Então acredita que tem um domínio e experimenta. Mas um fim de semana já é suficiente para se viciar”, diz, acrescentando que 30% dos que concluem o tratamento internado pela primeira vez não têm recaídas nos seis meses posteriores. Na cocaína, o índice é de 66% a 72% em 1 ano e 8 meses após a alta da clínica.
O médico alerta que o tratamento é para sempre. "O perigo é para sempre. É como nascer. Depois que caímos no mundo estamos condenados a viver nele. A única hipótese que nos tira do mundo é a que não queremos, a morte".
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2 comentários:
agora amigos é tarde! chama os direitos humanos,mil ongs que recebem milhoes, os parlamentares que votaram essa lei de proteção aos menores,criança esperança, não tem solução, pois se internar vem os defensores deles e faz até passeata,e se colocar a pm para ajudar, todos os advogados vão contra,então que eles continuem exercendo seu direito,e quem sabe, alguns chegarão aos 22anos,
POLICIA FEDERAL FAZ OPERAÇAO NA PREFEITURA DE SAO GONÇAOLO E EM GALPAO DA CAMPANHA DE ADOLFO KONDER, ALIADO DE SERGIO CABRAL
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