Em um vídeo divulgado no Facebook, policiais aparecem revoltados com o
tratamento que estão recebendo na Copa. Na imagem, que não mostra os
rostos, eles mostram o almoço que receberam: um cachorro quente frio e
um refrigerante. Um claro desrespeito ao trabalhador. Nas senzalas a
comida era melhor. Até o senhor de engenho sabia que é preciso energia
para se trabalhar.
Definitivamente, o circo é a Copa. Pão já não
temos mais, já há algum tempo. Fiquei chocada com o desleixo com que a
polícia está sendo tratada. Merecem bons salários, bom almoço que lhes
dê energia para exercer sua função. Afinal, saco vazio não para em pé.
A
minha tristeza é perceber que minha solidariedade com a PM não é via de
mão dupla. Eles se ressentes dos maus-tratos que sofrem. É justo. Mas
não apresentam a menor empatia pelos maus-tratos alheios por que?
Professores
em greve são arrastados pela rua como animais. Jornalistas são presos
como se fossem bandidos. Têm seus celulares arrancados e, às vezes até
quebrados. Táticas de tortura são usadas com os professores e
jornalistas presos, da mesma forma que anteriormente com Amarildo.
Rodam
horas sem rumo para aumentar a aflição das pessoas que carregam
trancadas no camburão. A gasolina que eles desperdiçam, não somos nós
que pagamos? O salário deles também não? Salário ruim, salário de fome
como o dos médicos, professores. Porque neste país, saúde, educação e
segurança não são prioridade. Então não era para estarmos juntos nessa?
A
jornalista do O Globo presa ontem recebeu pedido de desculpas, o caso
será esclarecido. E se não fosse do O Globo? E se fosse APENAS uma
professora? Uma educadora? E o professor arrastado? Não merece também
ter o caso analisado? E as pessoas todas agredidas nas manifestações?
Desde
que eu era pequena tinha a imagem do policial como pessoa que iria
proteger. Sujeito confiável a quem procurar se estivesse em apuros.
Refresquem a minha memória, quando foi que viramos inimigos da polícia? E
que lados opostos são esses se somos todos funcionários do mesmo poder?
Somos
todos vítimas da mesma máquina. Não somos inimigos. Não nos tratem mal,
precisamos de vocês da mesma forma que vocês precisam da gente. Estamos
todos do mesmo lado. Basta de truculência! Lutemos sim, mas juntos e em
paz! Lutar por um Brasil melhor onde a segurança mereça muito mais do
que um cachorro quente frio! Mereça respeito e saiba também respeitar. Por: Mônica Raouf El Bayeh
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