A organização não governamental (ONG) Justiça Global anunciou nesta 
quinta-feira (27) que vai denunciar à Comissão Interamericana de 
Direitos Humanos, entidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), o
 subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia 
Militar do Rio de Janeiro, major João Jacques Busnello, responsável pela
 operação na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, que resultou na 
morte de dez pessoas.
A Polícia Militar entrou na comunidade, no 
fim da tarde de segunda-feira (24), em busca de homens que aproveitaram 
uma manifestação nas proximidades para promover arrastão, roubando 
mercadorias de lojas e assaltando motoristas que passavam pela Avenida 
Brasil. Entre os mortos estão um policial do Bope e outros dois 
moradores que não tinham antecedentes criminais.
De acordo com a 
diretora executiva da ONG, Sandra Carvalho, de 1998 até agora, essa é a 
quarta vez que o major Busnello participa de uma operação classificada 
por ela como controversa.
"É preciso haver apurações mais 
rigorosas quando ocorrem episódios como esse da Maré. Busnello está 
constantemente envolvido nessas situações onde morrem pessoas inocentes,
 e as investigações sempre resultam em nada. A polícia opera de maneira 
completamente desorganizada, e a população infelizmente fica refém desse
 despreparo e também da omissão dos órgãos responsáveis pelas 
investigações", disse Sandra.
A Anistia Internacional também 
criticou a ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro durante a operação 
na favela Nova Holanda. Segundo o assessor de Direitos Humanos da 
entidade, Maurício Santoro, a polícia agiu totalmente fora dos padrões 
do Estado de Direito. Ele acredita que os policias tenham sido movidos 
por um sentimento de revide por causa da morte do companheiro.
"Nós
 entendemos o lado da corporação. É um pai de família que infelizmente 
foi morto diante de um processo social extremamente injusto. No entanto,
 nós não podemos aceitar que a polícia atue dentro de uma lógica de 
guerra, colocando em risco a vida de outras pessoas que não têm nada a 
ver com o ocorrido", disse Santoro, acrescentando que o diálogo é o 
único meio capaz de diminuir a violência policial nas favelas.
"É 
muito oportuno levantarmos a discussão nesse momento de manifestações. 
Temos que juntar cada vez mais as pessoas da dita classe média que agora
 está debatendo essa questão por conta de repressão policial nas 
manifestações e os cidadãos das favelas, que convivem com essa realidade
 violenta no seu cotidiano", disse.
Por meio de nota, a Secretaria
 de Estado de Segurança do Rio informou que não vai se pronunciar sobre o
 assunto porque, até o momento, não foi procurada oficialmente pela ONG 
Justiça Global.
A Corregedoria Interna da PM abriu ontem (26) um 
inquérito para apurar a conduta dos policiais do Bope. Segundo a PM, o 
prazo do inquérito é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. De 
acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), todos os corpos 
tinham marcas de tiro. As armas dos policiais foram apreendidas e serão 
analisadas pela perícia.
2 comentários:
POXA, COMO TEM OPORTUNISTA DEFENDENDO VAGABUNDO NESTE PAIS,
DESSE JEITO A CRIMINALIDADE TENDE AUMENTAR, A PRÓXIMA VITIMA TINHA QUE SER ESSES OPORTUNISTAS, NÃO É MESMO ?
ISSO É UMA VERGONHA.
QUERO VER ELES DENUNCIAREM OS VAGABUNDOS,ATENÇÃO MP VAMOS FISCALIZAR ESSAS ONGS!
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