terça-feira, 30 de setembro de 2008

Maus tratos contra recrutas da Polícia Militar

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa anunciou nesta segunda-feira que vai investigar as denúncias de tortura e maus-tratos contra recrutas da Polícia Militar, que estão fazendo curso para ingressar no Batalhão da Polícia Rodoviária Militar, em Niterói. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente interino da comissão, disse que vai ouvir nesta terça Vanderlei Ribeiro, presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM.
Trinta e nove recrutas em treinamento teriam sofrido tortura e humilhações, e estariam sendo pressionados pelos superiores a não denunciar o caso. Vanderlei contou que a queixa foi encaminhada em agosto à Assembléia Legislativa e ao Ministério Público. O deputado Marcelo Freixo deve se encontrar também com os pais das vítimas e os policiais militares supostamente envolvidos nos casos de tortura.
Segundo o documento da associação, um tenente é apontado como o autor de diversas arbitrariedades contra alunos, que teriam sido submetidos a "situações que extrapolam os limites da disciplina militar, atingindo a liberdade física e psíquica dos militares". Ainda segundo Vanderlei, o oficial tem aplicado punições sem qualquer justificativa.

Vídeo mostra recrutas sendo humilhados durante treinamento da PM em Campos
( 06/02/07 )
Imagens gravadas por uma câmera de celular e colocadas na internet denunciam maus tratos durante treinamento de recrutas do 8º Batalhão de Polícia Militar de Campos, no Norte Fluminense. O vídeo, que foi postado no site You Tube, da Google, mostra imagens de alunos da turma de formação de soldados sendo submetidos a humilhações como andar de quatro pelo batalhão. ( Assista ao vídeo )

Segundo a denúncia, os recrutas teriam sido castigados por não terem cumprido corretamente uma das tarefas passadas pelos instrutores. A ordem era cantar o hino da PM antes de entrar no refeitório.
O comando do 8º Batalhão instaurou o inquérito administrativo e alguns dos recrutas já prestaram depoimento. Dois oficiais foram afastados das atividades até o fim das investigações. A comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Campos está acompanhando o caso.