

Vejam o grau de intimidade de Régis Fichtner e Julio Lopes com Fernando Cavendish, na Avenida Champs Elysées, no coração de Paris, ambos pendurados no ombro do empreiteiro da Delta.


Alegria de praça dura 71 dias. Esse foi o tempo de duração das escalas de serviço com folgas ampliadas, publicadas no boletim interno da Polícia Militar de 8 de fevereiro. Numa tentativa de estancar a greve da categoria, que começou no dia seguinte, a corporação disse que as novas escalas iriam proporcionar “recuperação física e psicológica” e dariam “melhor qualidade de vida” aos praças. A partir desta quinta-feira, volta a valer a escala anterior “em caráter emergencial”, para reduzir os índices de criminalidade.
Embora não haja uma previsão, as escalas com folgas reduzidas podem se estender até o fim do ano, prazo dado pela corporação para preenchimento das unidades operacionais com escassez de efetivo.
Na prática, policiais de rádio patrulha e cabina que fazem plantões de 12 horas de serviço voltam a ter folgas de 24 horas, seguidas por folgas de 48 horas no plantão seguinte. Em fevereiro, eles passaram a folgar dois dias por plantão trabalhado. Os policiais com escalas de 24 horas, que tinham três dias de descanso, voltam a ter dois dias de folga.
‘Pai Nosso’ da PM
A alteração provocou uma onda de protestos na categoria, com manifestações até na página de um site de relacionamentos do coronel Erir Costa Filho, comandante-geral da PM. Num deles, uma fez uma versão do “Pai Nosso”, pedindo melhorias na “escala nossa de cada dia”.
— Como a PM está pagando a gratificação, se acha no direito de mexer na escala de serviço e desrespeitar a folga dos policiais. Os praças estão sem o apoio da cúpula — criticou Vanderlei Ribeiro, presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Bombeiros.
A medida causou revolta na categoria. Um policial militar, que faz rádio patrulha na área do 16º BPM (Olaria), disse que a redução da folga o obrigará a perder o “bico” como segurança particular, que representava um complemento de R$ 1 mil na renda mensal.
— Fui pego de surpresa, porque a escala mudou de repente — lamentou.
— Esse tipo de medida estimula até a corrupção, porque o policial perde uma renda extra de uma hora para a outra — disse um cabo, que não se identificou.
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Seis meses após deixar o comando da Polícia Militar do Rio devido à prisão de policiais acusados de matar a juíza Patrícia Acioli, o coronel Mário Sérgio Duarte defende o oficial apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil como o mandante do assassinato e que era seu subordinado na época.
Em sua primeira entrevista após o episódio, Duarte diz ao G1 que não vê no processo provas contra o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, e admite ter sido decisão sua tirar os homens que atuavam como seguranças de Patrícia.
Foi a prisão de Oliveira – na época chefe do batalhão de São Gonçalo e hoje em uma penitenciária federal - que fez Duarte deixar o cargo. A juíza combatia milícias e grupos de extermínio na Baixada Fluminense, determinando a prisão de PMs ligados ao tenente-coronel acusados de assassinatos e de ficar com o espólio do tráfico. Para o advogado da família de Acioli, Oliveira "desejava a morte da juíza", com quem tinha uma “rixa antiga” após ser processado por ela por abuso de autoridade em 1989.
“Eu saí da PM com a crença de que, de fato, havia provas robustas contra o Cláudio [Oliveira] e entreguei o meu cargo. Foi um gesto de renúncia. Agora, após conhecer o processo, concluo da sua inocência”, afirma Mário Sérgio ao G1. “Muito se falou sobre a juíza estar investigando o coronel e o batalhão dele, mas juízes julgam, não investigam", declara.
O ex-comandante usa o argumento da falta de provas contra o subordinado para defender que, se tivesse na época o conhecimento que tem agora sobre o caso, “não teria pedido para sair”. Ao enviar ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a carta de demissão, logo após a prisão de Oliveira, ele estava internado para uma cirurgia.
“Não consigo encontrar provas. A prisão do Cláudio se fundamenta na delação premiada de dois cabos. Um deles diz que o assassinato foi planejado com o tenente depois que ambos tiveram a prisão decretada pela juíza. O cabo diz que ouviu do tenente, que ele teria ouvido do coronel orientações para o crime e palavras de assentimento. Num caso assim é elementar uma acareação, o que não houve”, diz Duarte.
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Uma equipe da Rede Record acompanhou bombeiros do Batalhão de Bangu (14º BPM), na zona oeste do Rio de Janeiro, quando os militares se dirigiam para a avenida Presidente Kennedy, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para socorrer uma vítima de acidente de trânsito.
Antes de chegar ao local, os bombeiros enfrentaram trânsito intenso e muitos buracos na pista, o que tornava a ação mais difícil.
O acidente, que ocorreu na altura do bairro Corte Oito, envolveu um ônibus e um carro. O motorista do carro precisou ser resgatado das ferragens pelos bombeiros, que cortaram o carro para retirar a vítima.
O homem foi levado para o Hospital Estadual de Saracuruna, em Caxias, com fratura exposta nos dois braços e ferimentos graves no rosto.
Segundo o motorista do ônibus, o carro atravessou a pista e colidiu com o ônibus. Dois passageiros ficaram com ferimentos leves.
Os policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários poderão abrir mão dos “bicos” informais. O governo do Estado assinou na terça-feira (3) o decreto de criação do Mais Polícia. O programa regulamenta as condições para que agentes de segurança – que muitas vezes atuam paralelamente em empresas privadas – trabalhem de forma legal em suas horas de folga, com direito a todas as garantias trabalhistas.
A decisão permite ainda a convocação oficial pelas próprias corporações, o que representaria um aumento no salário das classes. De acordo com o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, serão permitidas apenas 96 horas de turnos adicionais a cada 30 dias, desde que haja intervalo mínimo de oito horas entre cada.
Além de oficializar os trabalhos paralelos, a Secretaria de Segurança pretende deslocar os policiais de “folga” para grandes eventos. O próximo da lista, seria a conferência sobre desenvolvimento sustentável Rio+ 20, em junho.
O decreto cria ainda o Regime Adicional de Serviços para as quatro categorias beneficiadas, em sistema de turnos adicionais com escala diferenciada e sem prejuízo da escala regular de serviço.
O Exército passou a usar vídeos filmados pela Força de Pacificação nos Complexos do Alemão e da Penha para ajudar a ganhar a “guerra de comunicação” contra os traficantes locais. As patrulhas diurnas e noturnas passaram a ter sempre um de seus integrantes portando câmeras de vídeo para registrar a atuação do grupamento, durante o patrulhamento nas favelas.
A medida pretende expor para a sociedade e a comunidade das favelas que os criminosos continuam no local, atuando em desafio à ocupação militar-policial. Um dos objetivos é conquistar corações e mentes. Os vídeos também servem para mostrar como é frequente a hostilidade de parte da população – em muitos casos de crianças e adolescentes – contra a tropa do Exército.
O iG exibe alguns desses filmes com exclusividade. “Passamos a produzir imagens para subsidiar a operação e resguardar a tropa”, explicou à reportagem o general-de-brigada Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante da Força de Pacificação e idealizador do emprego das câmeras.
"Buscamos a superioridade, o domínio de informações, com comunicação social, inteligência e assuntos civis. As forças adversas têm sistema de informações", disse o general.
As imagens mostram ainda a existência de barricadas e de um sistema improvisado de comunicações do tráfico para alertar os comparsas da presença de soldados, com campainhas, piscar de luzes e rádios de comunicação.
Em fevereiro e março foram filmadas inúmeras situações em que os militares são alvejados por pedras, garrafas, tijolos. Também são comuns os casos de crianças provocando soldados fazendo símbolos de facções criminosas do Rio.
Em um vídeo, um menino pequeno, de cerca de 6 anos, ameaça soldados em um beco. “Vou tacar pedra, meu amigo! Tu vai dar tiro, vai arrumar um problema sério! Vai arrumar um problema sério”, diz o garoto a um militar.
“Aqui ainda há uma cultura do tráfico muito forte”, afirmou o general Tomás. Ele mesmo já foi alvejado por tijolos e pedras em patrulhas de madrugada.