sábado, 18 de outubro de 2008

Ué, o cara foi eleito para comandar o estado ou não?

O confronto entre a polícia militar e polícia civil em São Paulo, mostrou que realmente estamos vivendo uma crise de comando sem precedentes. Foram cenas lamentáveis.Um vexame histórico e que envergonhou o estado no mundo todo.Tiros, bombas, feridos, caos total.
A greve dos civis, que completava um mês, chegou a este ponto devido a intransigência do governador(?) José Serra em negociar com a Polícia Civil.
As reivindicações dos policiais são justas, visto que possuem o pior salário entre as polícias civis do país.
O mais incrível foi ver a cara de pau do governador José Serra colocar a culpa nos sindicatos e insinuar que há partidos políticos por trás da greve.
É brincadeira?

Policiais rejeitam BOs de PMs

Em Dracena, Civil atendem só caso grave; em Jales, houve carreata

Policiais civis da capital e do interior se recusaram ontem a registrar boletins de ocorrência encaminhados às delegacias por policiais militares. Em Dracena, no oeste paulista, os civis rejeitam BOs desde anteontem, data do confronto no Morumbi. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberto Antônio Diniz, encaminhou uma mensagem com pedido de calma, serenidade e até paciência aos chefes dos oito Comando de Policiamento do Interior (CPI) e das duas unidades da capital, que juntos somam 135 mil PMs. A relação está tensa entre as corporações e há relato de provocações e hostilidade.

Em Dracena, os policiais civis estão revoltados com o conflito ocorrido na capital. "Não vamos receber nenhuma ocorrência apresentada pelos PMs, a não ser que o caso seja grave", disse o policial Milton Matos, chefe dos 11 investigadores da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Matos disse que a represália da PM foi muito violenta. "Não precisava disso tudo. Todos têm o mesmo patrão. Estamos revoltados com a PM."

Em Jales, no noroeste paulista, os civis protestaram em desfile de viaturas pelas ruas centrais. Segundo representantes do comando de greve, participaram da manifestação cerca de 200 policiais, com a utilização de 50 veículos oficiais. O objetivo da manifestação, de acordo com grevistas, foi prestar solidariedade aos policiais que se deslocaram até a capital. "Muitos deles foram agredidos. Não queríamos enfrentamento, mas a retomada pacífica das negociações", disse um grevista.Em outras cidades do interior, como Marília e Presidente Prudente, o clima também era tenso ontem. "O atendimento está bem limitado. A animosidade e o constrangimento aumentaram", afirmou o investigador identificado apenas como Paulo, da Delegacia Seccional de Marília. André, chefe dos investigadores da DIG de Marília, afirmou que os policiais civis da região estão indignados. "E quem não estaria?"

Poucos falam abertamente sobre o clima nervoso entre as polícias por temer represálias. "Acabou a amizade. Se eles (PMs) não chegarem com a ocorrência redondinha aqui vão se dar mal", avisou um investigador de Araraquara. Ontem, ao registrar um BO, um soldado foi impedido de se sentar no DP. Os civis também ameaçam os PMs, caso um preso denuncie tortura. "Se depender de mim, peço exame de corpo de delito e prendo o PM em flagrante", disse um civil. "Vamos ter de dar banho no preso porque se chegar sujo é capaz de sobrar para a gente", disse um PM.

O clima tenso entre as polícias levou a provocações em São Paulo. Na frente da sede do Departamento de Homicídios, na Rua Brigadeiro Tobias, no centro, policiais do 2º Batalhão de Choque discutiram com delegados. "Seus coxinhas, traidores", disse um policial civil, incomodado com olhares dos PMs. Em resposta, um dos militares exibiu sua arma aos civis. Em seguida, os PMs arrancaram com as viaturas.

A medida do Comando-Geral da PM visaria a minimizar o reflexo do confronto. A Assessoria de Imprensa da PM disse desconhecer a tal mensagem. O Estado ouviu oficiais da PM de várias cidades do interior de São Paulo que confirmaram o recebimento da carta. "É mais uma medida para tranqüilizar o pessoal. O comandante só pediu serenidade e muita paciência nos próximos dias", disse um oficial da PM.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081018/not_imp262122,0.php