Em um vídeo que circula nas redes sociais, um carro não caracterizado
dispara durante a manifestação da última quinta-feira (11) nos arredores
do Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, no bairro de Laranjeiras.
Os disparos são feitos contra pessoas que caminhavam em vias próximas.
Os próprios manifestantes anotaram a placa do veículo e, em consulta ao
site do Detran, descobriram que a Blazer pertence à Polícia Militar.
Ainda de acordo com manifestantes, o veículo teria disparado contra as
pessoas que caminhavam pelas ruas do bairro.
Em outro vídeo enviado ao UOL, é possível ver a Blazer
preta circulando em frente ao palácio durante o protesto. De acordo com
testemunhas, o carro parou próximo ao Caveirão, maneira como é
conhecido o veículo blindado da PM. A reportagem também fez a consulta
ao site do Detran e confirmou que a Blazer está registrada em nome da
Polícia Militar . Na página, o carro aparece como da cor branca. No
entanto, é comum o processo de "envelopagem" do carro pela polícia na
cor preto fosco.
Um dos manifestantes ouvidos pela reportagem do UOL, o
astrônomo Loloano Silva, contou que, ainda durante àquela noite,
precisou correr dos disparos do veículo. "Quando a gente estava saindo
da [rua] Pinheiro Machado em direção à praia de Botafogo, pois o Choque
estava vindo em nossa direção, passou um carro preto pela rua. Saímos da
frente pra deixar ele passar e ele parou. Abaixou os vidros e atirou
contra as pessoas que estavam na rua. Deve ter efetuado uns dois ou três
disparos", disse.
O astrônomo contou que assim que ouviu os tiros, correu e não
identificou se os disparos eram ou não de arma letal. "O bizarro é que
todo mundo foi pego de surpresa, pois eles vinham como se estivessem em
Botafogo e achamos que era um carro qualquer, nem ligamos, na verdade.
Daí vieram os tiros. Só cogitei a possibilidade de serem de fogo depois
de assistir ao vídeo", disse.
A reportagem tentou contato com a Polícia
Militar desde a tarde de sábado (13), mas até a manhã deste domingo
(14), ninguém da PM se manifestou sobre o caso. O Ministério Público
abriu investigação sobre possíveis excessos da Polícia Militar. As
vítimas interessadas devem procurar o órgão para a construção de uma
ação civil pública coletiva. FONTE: NOTÍCIA UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário