Enquanto policiais militares são avaliados nas ruas e obrigados a
cumprir metas para receber uma bonificação a cada seis meses, o atual
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho,
buscou, com seus advogados, um caminho nem sempre tão acessível a seus
praças e oficiais. Em novembro do ano passado - quando já ocupava o
cargo máximo da corporação - Erir recorreu de uma sentença desfavorável
da Justiça em que pleiteava o recebimento de uma gratificação paga
administrativamente a 57 coronéis em 1994.
O valor desse
adicional, hoje, é de R$ 2.420, mas advogados já discutem que deveria
ser superior a R$ 4 mil. Um comandante da PM recebe vencimentos brutos
superiores a R$ 20 mil. Só de bônus pelo cargo, Erir ganha mais de R$ 9
mil.
Ele já vinha processando o estado desde 2010, ano em que
comandou o 2 Comando de Policiamento de Área (CPA), na Zona Oeste. Na
ocasião, não comunicou oficialmente ao Estado-Maior da PM que
ingressaria com a ação judicial - norma prevista, para qualquer praça ou
oficial, no artigo 49 do Estatuto dos Policiais Militares.
Enquanto
Erir passou uma virada de ano mais feliz financeiramente, até a última
quarta-feira seus praças e oficiais que fizeram bico no réveillon para a
própria Polícia Militar - programa conhecido como RAS - não tinham sido
pagos. Eles fizeram turnos de até 12h.
São 4.155 servidores à
espera de valores máximos que vão de R$ 225 (no caso de praças) a R$ 375
(oficiais). Segundo a PM, o dinheiro deve levar até cinco dias para
sair. Para quem trabalhou em janeiro para o RAS, o dinheiro também ainda
não saiu.
Encargos especiais
O adicional
pleiteado por Erir é a Gratificação de Encargos Especiais (GEE). Foi
concedida, em 1994, pelo governo, a alguns coroneis. Segundo o advogado
Domingos Sávio, da Assinap - Associação de Ativos e Inativos da PM e
Bombeiros, que é pioneira nessas ações - o percentual é de 60% sobre o
soldo e algumas gratificações, o que daria cerca de R$ 4 mil.
- Mas o estado parou de fazer a atualização monetária em 2005 - explica ele.
Gratificação
A
Gratificação de Encargos Especiais (GEE) foi incorporada aos
vencimentos de 57 coronéis em 1994. A concessão foi feita por meio de um
processo administrativo. Os coronéis ocupavam cargos importantes.
Segundo o advogado Domingos Sávio, o percentual era de 60% sobre a soma
do soldo e duas gratificações. A partir de 1995, a gratificação parou de
ser concedida.
Ações na Justiça
Outros coronéis - inclusive inativos e pensionistas de PMs - passaram a ingressar na Justiça.
Súmula
Em maio de 2005, no entanto, o TJ uniformizou a questão, com a Súmula 78, deixando de fora os demais militares
Atualização
O
governo do estado parou de atualizar os valores da Gratificação de
Encargos Especiais em 2005. O valor ficou congelado em R$ 2.420.
Policiais reivindicam, no entanto, R$ 4 mil - valor atualizado.
Coronel: ‘Defesa de seus direitos’
Procurado
para falar sobre o caso, o comandante da PM enviou uma nota, por meio
de sua assessoria de imprensa. Disse que “desde 1988, o princípio do
acesso ao Poder Judiciário (...), previsto no Artigo 5, Inciso XXXV,
garante que não há necessidade de o militar comunicar ou pedir
autorização para buscar o Poder Judiciário, quando entender que um
direito seu legítimo foi violado”. E acrescenta: “Representa dizer que
nenhum policial militar pode ser punido por deixar de comunicar o seu
ingresso no Poder Judiciário para a defesa de seus direitos”.
“Com
vigência a partir de 1 de março de 1994, a Gratificação de Encargos
Especiais foi concedida para os coronéis da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros sem que se fizessem quaisquer outras exigências que
demonstrassem a especialidade da sua concessão, como uma compensação
pelo exercício de atividades excepcionais”, disse o comandante, após
consultar seus advogados.
“Esses fatos geraram as distorções
criando duas categorias de coronéis: aqueles que tinham a sua
remuneração acrescida desse aumento e os demais que não tiveram suas
remunerações de coronéis acrescidas desse aumento. O TJ editou a Súmula
78, dizendo que a gratificação foi dada aos coronéis e não se estendia
aos demais militares de outras patentes. desde então, os coronéis da
ativa têm entrado na Justiça requerendo tal direito”, completou o
coronel Costa Filho.
2 comentários:
pede prá sair!!!
alo o aumento nao saiu olha o saldo
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