Representantes da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio
de Janeiro (OAB-RJ) que acompanharam a manifestação nos
arredores do Estádio do Maracanã denunciaram a presença de homens da
Polícia Militar que usavam fardas sem identificação durante o protesto.
Segundo o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos
da OAB-RJ, a entidade filmou alguns dos policiais sem o nome na farda e
vai questionar o fato no Comando da Polícia Militar.
- É perigoso uma pessoa com uma arma, um fuzil, em nome do Estado,
sem que se saiba quem é essa pessoa. Filmamos tudo e vamos questionar
isso com o comando da PM para que não haja truculência por parte deles.
Rodrigo Mondego lembrou que o direito de manifestação foi garantido
pelos órgãos do Estado. Ele lembrou que, embora questionável
constitucionalmente, a Lei Geral de Copa determina um perímetro de
segurança de 2 km ao redor dos estádios.
- Ainda assim, os manifestantes puderam chegar a até 500 metros do Maracanã.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da
Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Marcelo Freixo (PSOL),
disse que o problema da falta de identificação é antigo.
- Não é a primeira vez que isso acontece. Muitas vezes, colocam o
colete sem identificação, mas isso é proposital, porque há como colocar a
identificação sobre o colete. Quando se esconde a identificação, talvez
a intenção não seja das melhores - disse Freixo, que espera
providências do comando da PM.
A assessoria de comunicação da PM informou, por e-mail, que a
corporação não recebeu nenhum vídeo da OAB e que também não foi
informada da denúncia. Segundo a assessoria, todos os policiais
trabalham identificados no fardamento, mas, quando usam capas nos
coletes balísticos, que têm lugar para a identificação, alguns não têm
"esse aparato".
De acordo com o Comando da PM, três policiais ficaram feridos no
confronto da noite de ontem, um, por coquetel molotov, e dois atingidos
por pedradas na cabeça. Ao todo, 17 coquetéis molotov foram encontrados
no entorno do Maracanã. O esquema de segurança para a final da Copa das
Confederações incluiu 6 mil policiais militares, distribuídos no
interior do estádio, no entorno e no controle de acesso dos torcedores,
além de 100 viaturas. No final do evento, mais 500 policiais foram
mobilizados para reforçar a segurança na saída do estádio.
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, que acompanhou as
manifestações informou, em nota, que denúncias de abusos cometidos por
agentes estatais podem ser encaminhadas ao Núcleo de Defesa dos Direitos
Humanos, pelo telefone 129, das 9 às 18h, nos dias úteis.
3 comentários:
Acho que a OAB, deve ver porque o ministério público não investiga o governo do estado, as prefeituras a câmara, será porque não OAB. E porque vcs OAB tb, não investigam esses órgões.
Parabéns OAB!
A OAB e Marcelo Freixo querem saber o por que de policiais estarem usando colete balístico sem identificação,era só perguntar a qualquer policial que este irá responder:¨NÃO USAMOS IDENTIFICAÇÃO POR QUE O GOVERNO NÃO NOS FORNECE OS BORDADOS COM NOSSOS NOMES!!!!!!Será que até isso teremos que pagar com nosso dinheiro?!
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