Às sextas-feiras à noite, duas motos sem placa percorrem as ruas de
Guaratiba, zona oeste do Rio, exigindo dinheiro de comerciantes.
Em pelo menos cinco diferentes pontos do bairro, que tem cerca de 110
mil habitantes, bailes funks regados a bebidas e drogas são realizados
nos fins de semana.
Caça-níqueis ficam em depósitos ou falsos banheiros de bares para que
moradores joguem enquanto bebem cerveja --da única marca cuja venda é
"autorizada".
Os moradores evitam fazer comentários sobre a situação, e os comerciantes têm medo.
É nessa região que a Arquidiocese do Rio calcula receber, em 28 de julho, mais de 2 milhões de pessoas.
É lá que o papa Francisco vai celebrar sua primeira missa no Brasil, ponto alto da Jornada Mundial da Juventude.
Guaratiba é dominada pela maior milícia do Rio, que também tem o
controle de outros cinco bairros na região. São os milicianos que
determinam, por exemplo, o horário do comércio local.
Antes conhecida como Liga da Justiça, a milícia que usava o símbolo do
Batman para marcar o seu domínio, agora é chamada de "milícia do Toni",
numa referência ao atual chefe: o ex-policial militar Toni Souza de
Aguiar, 38.
Contra ele há 11 mandados de prisão expedidos, com acusações de homicídios e de formação de quadrilha.
Com o objetivo de garantir a segurança dos peregrinos, uma grande
operação está sendo montada para controlar a região. Cerca de 2.600
militares do Exército vão ocupar Guaratiba 15 dias antes do início da
jornada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário