Com um metro e setenta e três de altura e no auge da virilidade, aos
34 anos, um cabo militar usava o codinome "Bombeiro Dotado", em
conversas na internet.
O apelido sugestivo permitiu o encontro
virtual com casal vidrado em fetiches sexuais com honras militares. Como
a coluna "Justiça e Cidadania" publicou nesta terça-feira com
exclusividade, o trio fez sexo no 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros,
na Posse, em Nova Iguaçu, às 23h do dia 22 de junho do ano passado. A
orgia foi fotografada e colocada no blog do casal.
O cabo e um
sargento que permitiu a festinha, com direito a fotos na escada magirus e
a estripulias do trio em uma viatura, foram denunciados pelo crime de
pederastia no Código Militar, com pena de seis meses a um ano de
detenção. A ousadia do casal e dos militares foi divulgada.
Em
conversa na internet, o casal, batizado de ksal fetiche, ironiza:
“Chegamos na portaria e avisamos que vamos dar umazinha com vc aih
dentro kkkk”. E ainda completa: “Então, vamos entrar e sair sem os 23
perceberem”, referindo-se à tropa de plantão na unidade.
"Segurança" na garagem
Além
das fotos expostas no blog, o casal detalhou que marcou para chegar ao
quartel às 21h. Eles ficaram perto do grupamento quando foram resgatados
pelo cabo às 23h e entraram.
O trio foi direto para a garagem
onde estavam as viaturas, com a escada magirus. O cabo e o casal
mantinham relações sexuais, enquanto o sargento ficava de prontidão para
avisar se chegasse alguém.
O caso veio à tona em agosto, quando as fotos foram postadas no blog do casal, gerando burburinhos.
A
tropa foi formada até que uma testemunha apontou o cabo como o
responsável pelas estripulias e o sargento, sentinela que controlava a
entrada e saída de pessoas no quartel. Em depoimento, no processo
disciplinar, o cabo, lotado há quatro anos na unidade, pediu desculpas.
Sindicância apontou desprezo pelo uniforme
O
Corpo de Bombeiros, em sindicância, concluiu que houve crime militar e
menosprezo ao uniforme — a mulher chegou a usar uma camisa, como
acessório do fetiche.
Em nota oficial, a corporação informou que
foi aberto um inquérito policial-militar depois que a Corregedoria tomou
conhecimento do material erótico postado no blog do casal.
O cabo
foi punido com 30 dias de prisão disciplinar, e o sargento, que deu
cobertura à ação, com 20 dias; e o assunto foi encerrado no Corpo de
Bombeiros.
“Disciplinarmente, caberia expulsão da corporação pela
conduta dos militares. Porém, pela pena, que chega no máximo a um ano de
detenção, não há exclusão”, explicou o promotor Paulo Roberto Mello
Cunha, que denunciou os militares à Auditoria de Justiça Militar.
Nesta
terça-feira o juiz Marcius da Costa Ferreira, em exercício na Auditoria
de Justiça, aceitou a denúncia do Ministério Público e agora os
militares passaram a responder ao processo.
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