sexta-feira, 30 de maio de 2008

Interessante: O governador Cabral e Beltrame não quiseram comentar a operação da Polícia Federal.

Motivo da prisão em flagrante
O motivo da prisão em flagrante do deputado estadual Álvaro Lins (PMDB), ex-chefe da Polícia Civil no governo Garotinho, seria justamente a suposta compra do imóvel em onde ele mora, em Copacabana, com dinheiro arrecadado ilegalmente.
No apartamento de Álvaro Lins, os agentes encontraram jóias, bolsas inglesas, tapetes persas, uma televisão de 52 polegadas e bebidas importadas. Todos os bens foram fotografados pela PF. O sogro dele, Francis Bullos, foi preso pela PF em uma fazenda em Barra Mansa. Já a ex-mulher de Lins, Luciana Gouveia dos Santos, foi detida em um amplo apartamento em Botafogo.
De acordo com o Ministério Público Federal, Lins gasatava entre R$ 25 mil e R$ 30 mil todos os meses, embora recebesse salário R$ 7 mil.


Sete policiais civis tiveram suas prisões decretadas: São eles: Ricardo Hallak, Alcides Campos Sodré Ferreira, Fábio Menezes de Leão, Helio Machado da Conceição, Jorge Luiz Fernandes, Luiz Carlos dos Santos e Mário Franklin Leite Mustrange de Carvalho.

Garotinho era o 'líder político' do grupo
Em entrevista coletiva, os procuradores Maurício da Rocha Ribeiro, Paulo Fernando Corrêa e Cristina Romanó, do Ministério Público Federal falaram que o ex-governador Garotinho era o "chefe político" de uma suposto grupo que cobrava propina de delegados e de empresários envolvidos em ilegalidades.

Itagiba nega omissão ou conivência
Ex-secretário de Segurança Pública do Rio, o deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB) negou nesta quinta-feira que tenha sido omisso em relação às denúncias contra o delegado Álvaro Lins. Ele voltou a afirmar que, assim que soube das acusações, determinou uma investigação.
- Quando começaram a chegar as denúncias anônimas, solicitei à Subsecretaria de Inteligência que verificasse sua veracidade. Quando chegamos a um ponto em que não poderíamos aprofundar as investigações sem vazamento, comuniquei à governadora Rosinha Garotinho a existência dessas informações e repassei os dados para a Polícia Federal - disse Itagiba.
Segundo o deputado, estas informações preliminares foram passadas em 2005 ao então chefe da Missão Suporte da Polícia Federal no Rio, delegado José Mariano Beltrame (atual Secretário de Segurança). Os dados teriam sido usados pela PF nas investigações que resultaram, no final de 2006, em indiciamentos, denúncias e prisões de policiais civis e militares envolvidos na contravenção durante as operações Gladiador e Hurricane.

Desembargadora e deputada federal estão na mira do Ministério Público.
Os procuradores do Rio encaminharam denúncias sobre o envolvimento da desembargadora Mônica Di Piero e da deputada federal Marina Maggessi (PPS) com a quadrilha do ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins, para a apreciação do procurador-geral da República Antonio Fernando Barros e Silva de Souza. Como as duas têm foro privilegiado, caso sejam denunciadas, elas serão julgadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre as provas encaminhadas estão transcrições de grampos telefônicos em que, a então procuradora Mônica, em 2006, dá informações privilegiadas ao ex-chefe de Polícia Civil sobre inquéritos envolvendo seu grupo
Foi através de denúncias do delegado Alexandre Neto que a Polícia Federal desencadeou a Operação Gladiador. O delegado foi vítima de um atentado, em setembro de 2007, em Copacabana. Na época, Neto apontou Lins como um dos principais suspeitos pelo atentado.
"Dê um monte de tiros nos cornos dele"
Outra prova de que Neto estaria incomodando o grupo são os grampos nos quais a deputada Marina Maggessi aparece conversando com o inspetor Hélio Machado da Conceição, o Helinho (preso na operação). Ela sugere ao inspetor que "dê um monte de tiros nos cornos dele (Alexandre Neto)". Na época, Marina se defendeu alegando que a sugestão foi apenas força de expressão.