Surpreendida por traficantes da Favela Cidade de Deus, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, quando falava no Nextel com um policial amigo, a dona de casa Francisca Dinorá de Carvalho, de 22 anos, foi seqüestrada, torturada, teve o corpo desfigurado a pauladas e ainda levou vários tiros de fuzil e pistola.
A execução da jovem aconteceu na tarde de ontem, no interior da Cidade de Deus, e seu corpo foi transportado em um carrinho de mão até a Avenida Edgar Werneck, onde foi abandonado no local conhecido como Tijolinho, próximo a descida da Linha Amarela para a Barra da Tijuca.
Francisca morava na Avenida Tenente-coronel Moniz de Aragão, s/nº, na Gardênia Azul, e tinha o hábito de ir à Cidade de Deus. Amiga de vários policiais civis e militares, ela chegava a passar informações para eles sobre a movimentação dos traficantes na favela.
Na tarde de ontem, Francisca falava ao Nextel com uma voz masculina e a conversa despertou a atenção de um bandido que a seguiu. O marginal arrancou o aparelho de suas mãos e perguntou com quem ela falava. A jovem respondeu que era com seu namorado.
O traficante pegou o aparelho e chamou quem estava falando, tendo os dois discutido e se ofendido mutuamente durante a ligação. O bandido levou a mulher à presença dos chefes do tráfico na área e chegaram a modular a frequência do Nextel, descobrindo que ela tinha os telefones e nomes de vários policiais.
Acusada de ser informante da polícia (X-9) e de traidora, foi condenada a ser torturada e morta. Durante mais de meia hora, ela foi espancada, torturada, levou pauladas na cabeça, no rosto e nas costas. Depois de estar bastante desfigurada, foi baleada várias vezes. Após confirmarem sua morte, os traficantes colocaram o corpo em um carrinho de mão e o levaram pela Avenida Edgard Werneck.
Jornal O DIA