quinta-feira, 22 de maio de 2008

Matou domingo e morreu na terça.


PONTOS OBSCUROS.
RIO - Mesmo com a afirmação da polícia de que o assassinato do delegado Alcides Iantorno está totalmente solucionado , ainda há pontos obscuros, de acordo com reportagem publicada no jornal "O Globo". O carro usado por Alexandre Lins de Medeiros no dia da execução teria sido clonado duas vezes.
Na segunda-feira, o despachante Paulo César Teles prestou depoimento na Delegacia de Homicídios para esclarecer por que dois carros , cuja a documentação estava sob seus cuidados, tinham a mesma placa. Ele é suspeito de clonar a placa do carro da dona de uma pousada em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Ele estava encarregado de providenciar a legalização desse carro.
O momento da morte de Alexandre só será totalmente esclarecido após a necropsia e exames toxicológicos. Ele aparentava sinais de que estava sob o efeito de drogas. Segundo a polícia, o armeiro teria reagido a prisão e atirado. Sua arma, porém, teria "picotado". Diante disso, não serão encontrados resíduos de pólvora nas mãos de Alexandre, o que comprovaria a reação dele.
Moradores de Rocha Miranda dizem que Alexandre estava desarmado e teria sido atingido por quatro tiros, um deles na nuca (o que sinalizaria uma execução). A polícia, no entanto, informou que ele foi atingido por dois tiros: um no peito e outro na cabeça.
Jornal O Globo

Morte sob suspeita
Por João Tancredo, advogado
A morte do ex-policial acusado do assassinato do delgado Alcides Iantorno tem características dequeima de arquivo e também de execução. Sabia demais. Não consigo entender como um ex-policial, com o pesado armamento que foi apreendido em seu apartamento tenha reagido (muito embora há relatos de moradores do local informando que o ex-polical estava desarmado) à ação policial com um revólver calibre 38. Estranho também o fato de que ele foi atingido, como o delegado, com um tiro na nuca. Mais um "auto de resistência", a exemplo de tantos outros em que ocorrem execuções com tiro na nuca, foi lavrado. E nada mais será apurado...


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Terça-feira, 20 Maio, 2008

O ex-PM Alexandre Lins de Medeiros e suas ligações perigosas com os amigos dos amigos
Por Gustavo de Almeida
O falecido ex-PM Alexandre Lins de Medeiros é uma espécie de teste para os Seis Graus de Separação - aquela teoria segundo a qual as pessoas estão todas conectadas a pelo menos seis "conhecidos" de distância. Pode-se dizer que Medeiros, morto pela DRAE nesta terça-feira, tem uma conexão com o assaltante Pedro Machado Lomba, o Pedro Dom. Não é simples. Mas basta saber uma informação: todos são Amigos dos Amigos nesta história.Já se sabe que em 2003 Alexandre Lins Medeiros foi preso sob a acusação de ser armeiro do traficante Savoy, ligado ao traficante Linho. Todos da facção Amigos dos Amigos. Somente em 2006 ele foi condenado em segunda instância. A 7ª Câmara Criminal do Tribunal do Júri o condenou a quatro anos de reclusão. Um advogado tentou um habeas-corpus no Supremo Tribunal de Justiça. O então ministro Hamilton Carvalhido negou o pedido.
O advogado dele neste pedido era Sérgio Alves Teixeira Júnior.
Dois anos antes, este mesmo advogado tinha sido acusado de facilitar a fuga de Leandro Aparecido Sabino, o DJ, da então sede da Polinter no Santo Cristo(Zona Portuária). Nada foi comprovado. Teixeira Júnior também impetrou pedido de habeas-corpus no fim do ano passado em defesa dos ex-PMs Antonio Eugenio da Silva Freitas e Ricardo da Silva Ribeiro, ambos envolvidos com bandidos da Ilha do Governador.Para quem não lembra nada sobre estes ex-PMs (aliás, ex-PMs como o próprio Alexandre), os dois foram presos sob acusação de trabalharem para traficantes. Antonio Eugenio forneceria armas para traficantes do Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Ex-cabo, estava lotado no 3ºBPM (Méier) em 2006, quando foi preso em flagrante pela DRE.Ricardo da Silva Ribeiro era - pasmem - da Companhia Independente de Polícia Militar do Palácio Guanabara. Trabalhava para o traficante e comerciante de armas Fernandinho Guarabu, uma das principais lideranças do tráfico na Ilha - quiçá a maior liderança (embora os critérios para avaliar este tipo de coisa sejam subjetivos e dependam de avaliações momentâneas de investigadores com interesses diversos)."É altamente censurável a conduta de policiais que, abusando de sua condição, contribuem para o tráfico de drogas", escreveu a desembargadora mineira (convocada especialmente para o acórdão) Jane Silva, em 30 de maio do ano passado. Impossível discordar. Não há salário de fome que justifique o policial vender arma para bandido matar outros policiais.
Mas voltando ao assunto, também no ano passado, o mesmo Teixeira Júnior impetrou pedido de HC para Luciano Rocha dos Santos, preso em julho de 2005 por ter praticado seqüestro-relâmpago contra Bruno Azambuja, de 67 anos, empresário do setor petrolífero.Azambuja ficou em um cativeiro na Vila dos Pinheiros - favela dominada pela facção ADA. Quem libertou o empresário foi a Delegacia Anti-Seqüestro, na época chefiada pelo delegado Fernando Moraes.As conexões não param por aí. Teixeira Júnior é realmente bem relacionado na Ilha do Governador. Tanto que também defende Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, assaltante de residências mancomunado com....Pedro Dom. Playboy e Pedro Dom foram denunciados inclusive juntos, por um assalto na Ilha do Governador. Segundo um acórdão no STJ, os dois foram orientados por telefone por um tal "Alexandre". Será que seria este mesmo Alexandre armeiro que a polícia matou hoje?Nunca saberemos. Deletaram o arquivo nesta terça.


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