segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cabo envolvido na morte da juíza dá entrevista ao Fantástico

Imagens exclusivas mostram a audácia dos assassinos da juíza Patrícia Acioli, morta em agosto passado no Rio. Na tarde do crime, os acusados passearam pelo condomínio onde ela morava.

Assista o vídeo da entrevista AQUI

Apesar de já ter tido sua imagem divulgada, o policial pediu para seu rosto não ser mostrado durante a entrevista.

Fantástico: A sua mulher sabia da sua participação?
Sérgio: Não. Só ficou sabendo no fórum, quando eu fui fazer o acordo.
Fantástico: Da delação premiada?
Sérgio: Sim.
Fantástico: Você teme pela segurança dela e da sua filha?
Sérgio: Temo.
Fantástico: Por quê?
Sérgio: Saiu nos jornais que foi por causa do meu depoimento que o coronel foi preso. Na verdade eu não citei o nome do coronel. Quem falou o nome do coronel foi o tenente Benitez.

O tenente Benitez é o condutor da moto. O coronel Cláudio Oliveira era comandante do 7º Batalhão. Esta semana ele foi preso, acusado de ser o mentor do crime.

Outro cabo – Jeferson de Araújo Miranda - que também fez acordo de delação premiada disse, em depoimento, que ouviu do tenente que o coronel sabia do desejo dele de matar a juíza e ainda teria dito ao tenente: ‘Você me faria um grande favor’.

Fantástico: Quando foi a primeira vez que você ouviu falar sobre assassinar a juíza Patrícia Acioli?
Sérgio: “Abril, maio, ele trouxe a ideia para dentro da...
Fantástico: Ele quem?
Sérgio: O tenente trouxe a ideia para dentro da equipe.
Fantástico: A equipe que você diz é o GAT?
Sérgio: Sim.

GAT é o Grupamento de Ações Táticas, uma espécie de tropa de elite em cada batalhão da PM no Rio. Todos os nove homens do GAT de São Gonçalo estão presos.

O cabo Sérgio confessou confessou ser o homem que atirou com duas pistolas, calibres 40 e 45, e apontou o tenente como autor dos tiros de revólver 38.

Fantástico: Como é que você se sentiu quando você saiu daquele condomínio depois de todos aqueles tiros no carro da juíza?
Sérgio: Muito arrependido, muito arrependido.
Fantástico: Você se arrependeu na hora ou se arrependeu quando foi preso?
Sérgio: Dois minutos depois já estava arrependido.

Logo depois do assassinato da juíza, o tenente, os dois cabos e cinco policiais foram presos por outro crime: a morte de um jovem em São Gonçalo. A prisão tinha sido determinada pela própria Patrícia Acioli minutos antes de morrer. De dentro da prisão militar, o tenente fazia ligações, que a polícia estava gravando, com autorização da Justiça.

Tenente Daniel Benitez: “Sabe se alguém do batalhão vem me visitar aqui nesse final de semana, para eu organizar aqui as visitas?
Desconhecido: O zero-um falou que vai aí, cara, vai aí. E pediu para que os oficiais fossem também pra poder dar um apoio moral a vocês, entendeu?
Benitez: Sempre bom receber os amigos, sempre bom receber os amigos. Tranquilo.

Zero-um era o coronel Cláudio.

Fantástico: O coronel esteve na prisão visitando vocês?
Sérgio: Ele fez uma reunião com todos, dando a palavra de conforto e que isso ia passar. Depois que todos saíram, só ficou o tenente conversando com ele, não sei quanto tempo.

No Batalhão Especial Prisional, a cadeia da PM, o tenente não se sentia preso, como mostra nesta conversa com a mãe.

Mãe: Corre o risco de vocês fugirem daí? Como é que você sai daí, meu filho?
Benitez: Isso aqui é a coisa mais fácil de fugir que tem no mundo, é que ninguém quer. Mas daqui a pouco, daqui a pouco, eu devo estar saindo. Mais umas feriazinhas.

Férias com festa e cerveja.

Desconhecido: Fala, cabeça.
Benitez: Arruma uma bolsa de viagem aí. Vê se consegue trazer uma seis caixas. Pode ser latão. Qualquer coisa.
Deconhecido: Você quer seis, oito caixas? Como é que eu vou botar isso numa bolsa de viagem, filho?
Benitez: Ah, bota o que der. Bota o que der. Bota duas garrafas de vodca, também.

Chefiando o GAT, o tenente estava acostumado a pegar o que queria. Os cabos confessaram que o grupo tinha um esquema de corrupção. Eles tomavam armas, drogas e dinheiro dos traficantes e chamavam isso de espólio de guerra.

Sérgio: Uma vez o tenente reservou uma parte do espólio para o coronel. Se entregou ou não, não tenho como te afirmar.
Fantástico: Mas ele disse que ia entregar pro coronel.
Sérgio: Separou, sim.
Fantástico: Você lembra quanto era?
Sérgio: Não me recordo.

O outro cabo disse que o movimento semanal era de entre R$ 10mil e R$ 12 mil. O que passava disso ia para o coronel.

“A Patrícia tinha um objetivo, que era pegar o comandante do batalhão por todo o comando de corrupção que ele fazia na Comarca de São Gonçalo. Ele era o alvo da Patrícia. Por isso ela foi morta, porque ela colocou em risco o faturamento do batalhão”, explica desembargador Antonio Siqueira, presidente da Associação de Magistrados/RJ.

Naquela noite, a juíza saiu sozinha do fórum. Sozinha, fez todo o percurso e sozinha estava quando caiu na emboscada em frente à casa dela. Como uma mulher que tinha mandado para a cadeia mais de 60 policiais e que estava ameaçada de morte estava andando sem escolta? Depoimentos e documentos reunidos pela polícia começam a esclarecer bem essa questão.

Em janeiro, o coronel Cláudio transferiu os últimos dois policiais que faziam a escolta da juíza. Um deles era o cabo Poubel, namorado de Patrícia Acioli. No boletim interno da Polícia Militar, uma observação: os dois só poderiam sair dos novos postos com autorização do comandante-geral da PM. O coronel Mário Sergio Duarte pediu demissão depois que o coronel Cláudio foi preso.

O coronel Mário Sérgio, que está se recuperando de uma cirurgia, disse por telefone que a responsabilidade pela segurança de magistrados é do Tribunal de Justiça, e que é o tribunal que escala PMs cedidos por convênio.

No caso dos dois seguranças da juíza, o coronel disse que foram transferidos de volta para a rua junto com outros PMs que estavam fazendo segurança de autoridades sem estarem formalizados por convênio. Sobre o fato de que a transferência destes dois praças só poderia ser feita com autorização expressa dele, o comandante-geral da PM, o coronel disse que isso era uma forma de protegê-los, para evitar que fossem transferidos para o interior do estado.

9 comentários:

Anônimo disse...

"porcorativismo" da PM deve acabar! ABRIR A CAIXA PRETA DA PMERJ SE FAZ NECESSÁRIO.

Anônimo disse...

Bando de assassinos fardadados, vergonha nacional.

Anônimo disse...

FOI NA ONDA DE CORONEL SENTOU BONITO,ANTES JA DIZIAM OS CACUDOS NÃO ENTRA NESSA QUE É MAIOR FURADA,TIRAM O CORPO FORA E TE DEIXAM A VER NAVIOS,MAIS UMA COISA PODEM TER CERTEZA, MARIO SERGIO SABE DA SUJEIRADA E MAIS COISA É SÓ APERTAR 01 DE MERDA.

Anônimo disse...

Tudo é possível, até os PMs contarem uma história diferente para minimizarem as sua responsabilidades. O que não dá pra engolir, entretanto, é essa tentativa descarada de passar a responsabilidade dela andar sem escolta para a PM, como se o tribunal não soubesse cuidar de seus interesses ou não tivesse mecanismos para impor sua vontade. E a Imprensa, bem mandada, faz carga nessa versão. Presidente do Tribunal respira aliviado (-Ufa! Passou perto.) e dá risadas (-Consegui por a culpa em outro!). Chama-se a isto de "pepino com asas" e estava apontado para a omissão e incompetência do próprio Judiciário. Agora conseguiram fazê-lo voar para as costas do PM.

Anônimo disse...

Uma coisa é certa, nos BMs estamos lutando contra corja que assaltou o estado, mas vcs! Putz, em toda minha existência, 38 anos, nunca vi, c/ toda minha sinceridade, vcs lutarem por absolutamente nada.
Enquanto sangramos, vcs aí s/ fazer nada.

Lamentável!

Anônimo disse...

Sinceramente, eu pergunto a vcs da PMERJ o seguinte:

Em quê vcs realmente acreditam?

Eub tenho a leve impressão de que vcs são Zumbis, pois não reagem a porra nenhuma, ficam vagando sem rumo e sem quaisquer objetivos.

Vcs existem mesmo?

Anônimo disse...

gostaria de saber o motivo pelo qual o SR.CMT GERAL DA PMERJ MANDOU PUBLICAR NO BOL 001 DE 30SET11 O CANCELAMENTO DE TODAS AS TRANSFERÊNCIAS PUBLICADAS DE 26AGO11 ATÉ 30SET11.PERMUTEI DA BAIXADA FLUMINENSE PARA O INTERIOR E AGORA TEREI QUE RETORNAR.SERÁ QUE VOU TER QUE PAGAR PELOS ERROS DE ALGUNS?SERÁ QUE A DITADURA ESTÁ DE VOLTA?

comentário retirado do jornal

Anônimo disse...

ESTA DE PARABÉNS QUEM TEVE A IDEIA DE INVESTIGAR O PATRIMÔNIO DOS PPMM,PRICIPALMENTE DOS OFICIAIS, MAS PORQUE NÃO APROVEITA E FAZ UMA LEI QUE INVESTIGA O PATRIMÔNIO DO GOVERVNADOR DO RIO E O PRESIDENTE DA ALERJ, PAULO MARIA MOLE ESTE VENDIA COCADA, E HOJE TEM VÁRIAS FAZENDAS, REALMENTE ESSES DOIS POLÍTICOS ESTÃO PODRES DE RICOS. PORQUE O MPERJ NÃO PROMOVE UMA INVESTIGAÇÃO, SERÁ QUE ESTÃO ENVOLVIDOS DE ALGUMA FORMA? OU SÃO OMISSOS?

Anônimo disse...

Vai respingar no Mario Sergio e no Judiciario,não é governador?