domingo, 7 de abril de 2013

Ação da PM no Carandiru começa a ser julgada após 20 anos e com crimes prescritos

A Justiça criminal começa a julgar nesta segunda-feira (8), em São Paulo, o assassinato de 111 presos do extinto complexo penitenciário do Carandiru, zona norte da capital paulista, no dia 2 de outubro de 1992. O episódio ficou marcado como o mais trágico na história do sistema carcerário do país e tem, ao todo, 79 policiais militares no banco dos réus --alguns deles, acusados de crimes de lesão corporal que já prescreveram.
O júri será realizado no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste de SP) e compreende uma primeira etapa de julgamento do caso. Nela, serão avaliados pelos sete jurados e pelo juiz 26 policiais militares acusados pelas mortes de 15 presos que estavam no segundo pavimento do pavilhão 9 da penitenciária, no qual ocorreu uma rebelião entre grupos de detentos rivais que seria contida pela Polícia Militar. A confirmação das mortes após a ação das forças do Estado, à época, foi feita por ele próprio apenas no final da  fim do dia seguinte à rebelião: 3 de outubro de 1992, um domingo de eleições municipais.

Defesa diz que policiais que invadiram o Carandiru agiram em legítima defesa e cumpriram ordem



À frente de um batalhão está uma mulher. A advogada Ieda Ribeiro de Souza, responsável pela defesa dos 26 policiais militares que vão a julgamento do massacre do Carandiru na próxima segunda-feira (8), diz acreditar que ninguém conheça tão bem o processo quanto ela. São 130 volumes, com 120 folhas cada. Apesar do tamanho gigante do processo, Ieda diz que não existe "uma individualização de conduta, nem uma prova técnica consistente" que culpe os PMs.  
No caso desde 1996, Ieda afirma que a incumbência de provar a participação dos réus no crime é da acusação.   
— Ainda que tenha sido cometido por policiais, esses policiais agiram em legítima defesa e estavam cumprindo o dever de invadir. 
Os 26 réus, que estão soltos, respondem por homicídio qualificado de 15 detentos durante a ação policial realizada no dia 2 de outubro de 1992 para conter uma rebelião no pavilhão nove da Casa de Detenção em São Paulo. O episódio ficou conhecido como o "massacre do Carandiru" e deixou 111 presos mortos. Segundo Ieda, os acusados têm entre 45 e 50 anos, alguns já estão aposentados, mas um terço deles continua na ativa. 
O julgamento acontece a partir da próxima segunda-feira (8), no plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, mais de 20 anos após o episódio. Para a defensora, duas décadas não é um prazo tão exagerado se levar em consideração a quantidade de vítimas, réus, o volume do processo e o fato de ser o "caso mais complexo da Justiça brasileira", na opinião dela. 

Um comentário:

Anônimo disse...

enquanto isso josé genuino e outro assumindo a comissão de constituição e justiça - ccj, sendo eles condenados pelo stf, esse país é uma vergonha !!!