Reportagem de Ana Paula Costa e Sérgio Ramalho, O Globo de 3 de maio,
 focaliza com nitidez a reação do Ministério Público do Rio de Janeiro à
 liminar do desembargador Siro Darlan que colocou em liberdade sete dos 
nove condenados pela invasão do Hotel Intercontinental, em agosto de 
2010. Fortemente armados, fizeram 35 reféns, levaram o terror às 
vítimas, estarreceram a cidade, e causaram a morte  de uma pessoa e 
ferimentos em seis outras.
Os desembargadores que integram a sétima Câmara Criminal, de que 
Darlan faz parte, vão se reunir na próxima terça-feira para decidir se a
 liminar será ou não mantida. O Ministério Público recorreu. Mas mesmo 
que a surpreendente medida seja derrubada, a caneta do magistrado abriu 
pelo menos uma rota de fuga para os criminosos. Pois, colocados em 
liberdade, e sabendo da possibilidade de retornarem à prisão, vão, é 
claro, tentar desaparecer de cena.
A recaptura vai sobrecarregar desnecessariamente os trabalhos da 
Polícia e não se tornará tarefa fácil. Tanto assim que o clima na 
Rocinha, reduto dos criminosos, tornou-se novamente tenso mesmo depois 
da instalação da UPP. O major Edson Santos, comandante da Unidade, 
reforçou o patrulhamento e foi convocado por Siro Darlan a prestar 
esclarecimentos, inclusive sobre o aumento da violência no local. Esta 
convocação igualmente surpreende.
Voltando à liminar, em declaração à imprensa, o desembargador 
sustentou apenas ter cumprido a lei. Promotores e magistrados discordam.
 E acentuam que Darlan não levou em conta a periculosidade dos 
integrantes do bando. Portavam inclusive armas de guerra. A juíza 
Angélica Santos da Costa, da 25ª Vara Criminal, havia condenado os 
autores da invasão e ordenado seu recolhimento à prisão, de vez que já 
haviam sido beneficiados, lembra O Globo, por outra liminar de Darlan em
 dezembro de 2011.
ESTATÍSTICAS…
Diante da afirmação de que as apreensões de armas e drogas na Rocinha
 tenham aumentado, o desembargador deseja que o major Edson Santos 
apresente as estatísticas. Darlan fez essa afirmação numa entrevista ao 
RJ-TV da Rede Globo. Porém não se identifica correlação entre a polêmica
 em torno da liminar e o aumento da violência para que o magistrado 
convoque p major a seu gabinete.
O fato de os condenados, soltos pela liminar, serem da Rocinha não é 
suficiente para estabelecer um elo entre a invasão do Hotel 
Intercontinental e o aumento da violência no bairro. Sobretudo porque a 
invasão do Intercontinental ocorreu em agosto de 2010. O aumento da 
violência e da apreensão de armas apontado pelo major Edson Santos, 
registrado no início deste ano. Mas a  volta a lei do silêncio apontada 
pelo Globo é um sintoma crítico quanto ao reflexo da liminar. Porém o 
major Edson certamente não possui informações adicionais, especialmente 
no campo de interesse despertado pela decisão judicial.
Que é provisória, já que pode cair na terça-feira, porém capaz de 
causar consequências duradouras se, efetivamente, for confirmada a fuga 
dos acusados. Pois eles sabem que, como é provável, serão presos 
novamente. O reflexo que a concessão da liminar gerou na opinião pública
 foi muito grande e levou a controvérsia, de modo geral, e de temor, em 
particular, no caso dos moradores da Rocinha, onde reside a maioria dos 
acusados e de onde partiu a caravana de invasores, percorrendo pequeno 
percurso para praticar o crime. Longo é o percurso entre a segurança da 
sociedade e seu direito de viver em paz, sem exposição aos assaltos que 
se sucedem e a liminares que chocam pela surpresa que causam.TRIBUNA DA IMPRENSA(Pedro do Coutto)
Um comentário:
o policia enxuga gelo,o rodrigo pimentel,comentarista de segurança da globo,colou as placas quando foi falar da decisão do desembargador,ou seja nunca foi diferente né pimentel.
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